terça-feira, 31 de julho de 2007

Antonioni




O cinema nada com azar. Ontem morreu o Bergman, hoje o Antonioni.


Tenho saudades de ver o Blow up e só vi uma vez o Par-delà des Nuages.

sexta-feira, 27 de julho de 2007

Para o meu irmão Ivo


Lembro-me muito bem do momento em que tirámos esta fotografia. A mãe dizia: "Segura na cabeça do mano, Martinha!". E eu ali, com o "quelidinho" nos braços, sem saber muito bem como lhe pegar. Afinal ainda tinha 3 anos e tu tinhas acabado de nascer.
De alguma maneira é como se eu própria não existisse antes disso: a primeira memória que tenho de mim é precisamente o momento em que te vi no berçário. Ia com o pai, que me pegou ao colo e, no meio de tantos bébes, eu soube logo que tu eras aquele de chucha azul. Intuição de irmã mais velha!!
A partir daí foram muitas as partilhas - boas e más!
De facto, temos algumas contas a ajustar, como por exemplo teres-me partido a televisão que o tio Venâncio nos tinha dado. Lembras-te? Tocava música e passava uma imagem de uma miúda a andar de skate, com um cão a abanar a cauda atrás! Gostava muito de voltar a ter uma dessas televisões... Também tínhamos ideias parvas, como aquela em que pensámos num plano mirabolante para conseguirmos ter um cão. Consisitia num caminho de açúcar até nossa casa que o "suposto" cão iria lamber até que, distraído, se encontrasse lá dentro. Depois, era só inventar uma desculpa para os pais! Felizmente nunca levámos o plano avante: imagina a invasão de formigas!!!
Mas tu és o meu irmão e por isso, mais até do que aos outros, sempre perdoei as mordidelas nos braços, os brinquedos desaparecidos, os amuos... Sem ti também não me tinha divertido tanto, não tinha aprendido a partilhar vidas e segredos. Depois, quando os pais se divorciaram sempre fomos o apoio um do outro e, sobretudo o núcleo da família que permaneceu intacto (com a avó e o avô, claro!).
Agora continuamos a ter uns 30cm. de diferença, mas ao contrário da fotografia, és tu o mais alto!
Para mim serás sempre o mano mais novo assim como, para ti, eu sou a mana galinha e piegas! ( O que aliás este texto comprova!)
Beijinhos!

quarta-feira, 25 de julho de 2007

Paciência

Há dias asim, em que não temos nada para dizer e parece que também ninguém tem nada para nós.
Este blog está atrasado, o tempo é pouco e as ideias também não são muitas... Porque mesmo para elas é preciso tempo. Gostava dessa imagem do David Linch, quando associava as ideias ao peixe que morde o anzol: nunca sabemos quando vai acontecer, mas sabemos que é preciso saber esperar.
A escrita demora, é lenta e os escassos minutos estre uma e outra tarefa não chegam. O computador anda ocupado com coisas mais importantes e as fotos não são decarregadas, os textos não são escritos e o I. tem a minha pen. Enfim...
Hoje tenho uma hora de daimoko e, pelos vistos, estou mesmo a precisar!

Jean Seberg


Devia ter uns cinco anos. Nessa altura a minha mãe gostava de me cortar o cabelo curtinho, principalmente antes do Verão. Íamos ao Humberto, o cabeleireiro que ficava na rua da minha avó Maria(acho que ainda lá está). Era um acontecimento para as minhas tias, pois nessa altura ainda era a única menina da família.
Um dia, depois de um desses cortes, a minha tia Margarida disse:
-Que querida! Pareces mesmo a Joyce Beck!
A Joyce Beck - foi o que os meus ouvidos de cinco anos perceberam! E perguntei quem era essa tal de Joyce Beck, ao que a minha tia respondeu:
- Não é a Joyce Beck! É a Jean Seberg!
Fiquei na mesma! Até que um dia descobri Godard...

terça-feira, 24 de julho de 2007

A bout de souffle

"Mostrai-me as anémonas, as medusas e os corais
Do fundo do mar.
Eu nasci há um instante."

Sophia de Mello Breyner Andresen, "Gráfico"