quarta-feira, 27 de janeiro de 2016

A Liberdade (que não está a passar por aqui)

O M. está no 1º ano de um escola pública. Tem, como a maioria dos seus colegas, 6 anos.
Entra às 9 da manhã e devia sair às 17h30. Não sai às 17h30. Sai sempre depois das 18h40, que é quando eu chego à escola. Normalemnte está rabujento porque raramente come o lanche da tarde como deve ser.
Sejamos claros: o meu filho, a esta hora, está extenuado, enervado, com os níveis de acúcar em baixo e parece uma pequena fera. Eu compreendo. Canso-me, mas compreendo!
Às segundas, quartas, quintas e sextas a criança traz trabalhos de casa. Amaldiçou a professora. São coisas pequenas, mas são trabalhos. São obrigações a que ele tem de responder e a que eu tenho de juntar a uma parafernália de obrigações domésticas.
A esta hora, antes de ser mãe, sentava-me no sofá 10 minutos ou meia hora. Agora já não posso e não me queixo, mas acho sinceramente que o míudo devia ter esse direito. O direito a procrastinar, a parvejar, a rabujar, a ver tablet. Não tem. A sério que amaldiçou a professora (no outro dia ela mandou fazer os números de 1 a 20, cada um deles numa linha e até ao fim. Não vejo utilidade nenhuma nisto!)
Aos fins-de-semana, os trabalhos são maiores. Os dele e os meus. E eu não consigo... Distraío-me com a roupa para dobrar ou tenho ataques de nervos com a desarrumação da casa...
Apetece-me fugir e foi o que fiz, com ele atrás, mesmo depois de ter resmungado que queria ir para um museu e não para um jardim.
Levámos a bola e a manta do pic nic e também levámos os restos dos TPC, que o pai já tinha feito com ele o resto. Foi melhor assim,
Devia ter mais coragem na fuga. Devia escrever à professora a dizer que o meu filho não faz mais trabalhos de casa. É uma violência para toda a família!
E sinto que a nossa liberdade acaba cedo, demasiado cedo para que possamos ser livres o resto da nossa vida.

quinta-feira, 21 de janeiro de 2016

Ficar K.O.


O ano começou ao contrário.
Em vez das idas ao ginásio, das melhorias na alimentação e das caminhadas por sítios fantásticos, comecei a ficar por casa, ora porque estava cansada, ora porque o M. estava doente. 
E assim - que depressão - os primeiros fins de semana do ano foram passados em casa, na molenguice e sem nada de criativo para contar. Uma neura.
Fui comprar um carro que, segundo o vendedor, conduz sozinho: aquilo tem um botão que quando activamos segue sempre à mesma velocidade e poupa-nos a trabalheira de por o pé no acelerador! Coisas da vida moderna, especialmente para mim que sempre tive carros com mais de 10 anos! Agora vou passar a ser daquelas pessoas que fala ao telemóvel com o carro e aquilo ouve-se tudo cá fora: que croma!
Entretanto fiquei afónica. Depois de ir buscar o carro novo, fui directa para o centro de saúde, onde tive de escrever num papel que queria uma consulta de urgência. A Sra., super querida, telefonou para o médico e disse: " Ó Dr., a senhora está aqui à minha frente, e nem um piu!" - e assim consegui ser atendida. O resultado foi dois dias em casa e uma dose cavalar de Zyrtec que me põe a dormir o tempo inteiro e, se não me engano, também me põe com sintomas depressivos! Uma neura, digo eu outra vez!
Mas um futuro melhor se avizinha, afinal tenho apenas um mês para me despedir dos 38 anos e domingo vamos ver-nos livres do Cavaco (mas por favor, não votem na matraca faladora, que aquilo dá-me dores de cabeça).

A fotografia não tem nada a ver, é de uma caminhada que fiz em Sines, no dia 2 de janeiro. Não tinha mais nada para por.