quinta-feira, 28 de fevereiro de 2008

...e um


Foi mesmo há um ano que os dois algarismos da idade que tenho mudaram. Só de dez em dez anos é que teimam em mudar exactamente na mesma data, mas parece que não me acontece só a mim. Há até quem tenha mais experiência no assunto, pois foi só a terceira vez que tal coisa me aconteceu. Devo confessar que não me custa muito ir vendo a escala ascendente que levam estes algarismos, pelo menos não no sentido em que fico mais velha. Claro, fico mais velha. Mas também ganho outras coisas. Aos quinze era demasiado idealista, aos vinte acho que não era feliz pelo que estou em crer que me assemelho aos vinhos... (que parvoíce de comparação, mas aos quarenta será melhor).
Pelo contrário, o que realemente me aflige é o que ainda não fiz, o que ainda não consegui comigo, com os outros e com o mundo. Por exemplo:
- não li os livros do Proust
- não vi o Breakfast at Tiffani’s
- não fui a Nova Iorque, nem a Kioto (aliás, nem a Londres. Mas daqui a uns dias estarei em Berlim)
- o meu ordenado ainda nem atingiu os mil euros (nem os 800!!)
- não acabei o mestrado (faltam 4 dias para a parte curricular e 400 para a tese)
- ainda não tenho um cão (e nem um gato)
E, sobretudo, ainda não tenho um bébe a quem dizer que a mãe tem mais um ano, mas não se importa. Assim, se calhar, já me importo mais.