quinta-feira, 22 de abril de 2010

O meu filho, eu e o planeta


Não sei de onde me vem esta veia verde. Toda (ou quase toda)a gente da família acha que eu sou um pouco maluca. Os meus amigos também acham.
Passo a explicar. Por exemplo, é frequente verem-me na praia a apanhar inúmeras porcarias, tipo sacos de plástico, garrafas de água, pacotes vazios e ir deitá-las no sítio certo (o lixo, claro). É provável que tenha um ataque de nervos (e de raiva) se vejo alguém deitar lixo para o chão, principalmente se for junto a uma reserva ecológica. É natural ficar escandalizada quando pessoas que têm formação mais que superior (doutoramentos e quejandos) deitarem a Visão para o lixo normal. Acreditem, eu até sou uma miúda calma, mas estas coisas tiram-me mesmo do sério.

Bem, agora que tenho o Manuel, tento redimir-me de todos os pecados ecológicos que isso acarreta, nomeadamente ter passado a utilizar o carro todos os dias e de usar - nem só mas também - fraldas descartáveis. O Ivo diz que eu quero salvar o mundo para o meu filho, mas não é bem isso. Eu só quero que a minha pegada (a minha má pegada) não seja tão grande - e sei que não faço tudo o que posso.
Como faz parte de um dos objectivos deste ano tentar ser melhor a este nível, há umas semanas fui plantar uma árvore. Fiquei com um grupo de mais 5 pessoas, todas entre os 20 e 30 anos. Um rapaz ia para o trabalho de bicicleta e disse que as pessoas achavam que eram "verdes" só porque reciclavam. Respondi-lhe que conhecia muita gente da nossa idade que nem isso fazia, o que é uma realidade que constato com tristeza e perplexidade. De certa forma, acho que sou uma priveligiada: o tipo de formação que tenho, o país em que vivo, as pessoas com quem me relaciono permitem que tenha acesso a determinado tipo de informação que outros não têm. Essa informação diz-me que a existência de um único ser humano provoca danos irreversíveis no planeta, que a terra está a aborrotar de gente, que esta gente não se comporta e que produz montes de lixo e que isto conduz a um futuro de escassez, guerras e regimes ditatorias. Não é este o mundo que eu quero para mim, não é este o mundo que eu quero para o meu filho, nem para ninguém. Por isso, esforço-me (não ao ponto de ir de bicicleta para o trabalho, é certo) para que a minha existência não provoque tantos danos.
O que faço:
- reciclo o mais que posso, reutilizo móveis e adereços antigos de forma a diminuir o consumo de coisas novas;
- faço muitas compras online (mesmo as coisas para a casa), o que ajuda a reduzir as emissões de dióxido de carbono;
- tenho plantas em casa que funcionam como bons purificadores de ar;
- comprei fraldas Bumbgenius (e garanto que são óptimas e fácies de utilizar)
- sou fã de sabão azul para a roupa e biberões do Manuel e até descobri que serve para lavar a casa de banho (esfregando um bocadinho na esponja, deixa tudo imaculado, como se de outro detergente qualquer se tratasse)
- não uso gel de banho nem sabonete líquido, gosto muito mais dos sabonetes sólidos da marca Confiança, Ach Brito ou Zara Home, mas também gostava de experimentar este de que fala a Rosa
- como pouca carne (a produção de carne aumenta os níveis de dióxido de carbono e gás metano) e tento comprar produtos biológicos, apesar de serem muito mais caros
- comprei um Sigg para reduzir o número de garrafas de plástico que uso com água (para além de ser lindo, descobri que são as únicas garrafas que as crianças podem levar para a escola nalguns países, por não libertarem toxinas)
- ando sempre com um saco de pano na mala também para impedir o desperdício de plástico
- prefiro, sempre que possível, produtos biológicos.
Claro que ainda me falta muito. Por exemplo, ando para comprar umas ecobolas há muito tempo e também tenho em mente começar a produzir algumas das ervas aromáticas que consumimos cá por casa (através do mini-garden que descobri graças à Rosa). Para além disso, há uma coisa que não sei se alguma vez vou conseguir melhorar: deixar de gastar tanta água no banho!

quarta-feira, 21 de abril de 2010

Fã nº 1


Através deste blog, que gostei muito.
Ideia original daqui.

sexta-feira, 16 de abril de 2010

Passear


Este ano prometi a mim mesma que iria passear mais, mas confesso que não tem sido fácil. O trabalho, o miúdo, a casa, o mau tempo... No passado fim-de-semana, com visitas cá por casa, lá conseguimos ir dar umas vaoltinhas aqui por perto: no Sábado, palácio Beau Séjour e lanche no Califa, no Domingo os sempre fabulosos jardins da Gulbenkian (com as famílias reunidas).

"Tudo parecia demasiado bom para ser verdade. O Toupeira continuou a caminhar, de um lado para o outro, através do prado, ao longo das sebes, cruzando matas, vendo por todo o lado os pássaros a fazer o ninho, as flores a dar rebentos, as folhas a despontar - tudo era feliz, tudo estava a desenvolver-se, todos aqueles seres se viam muito ocupados. E sem que a incómoda consciência lhe pesasse, sussurrando-lhe "Tens de caiar!", só conseguia pensar como era divertido ser ele o único bicho ocioso no meio de tanta gente atarefada. Pensando bem, o melhor que as férias têm talvez não seja tanto o podermos descansar, mas vermos as outras pessoas numa azáfama."
Kenneth Grahame, O Vento nos Salgueiros (na belíssima edição da Tinta da China)

The power of food



Porque aprender a comer é tão, mas tão importante...