segunda-feira, 30 de dezembro de 2013

A felicidade captada em analógico

Deste projecto saíram esta imagens: imperfeitas, nubladas, com cores que não são as de hoje... Mas, para mim, estão maravilhosas!
O Verão ficou longe, mas só agora no resto dos dias deste ano, organizei as fotografias.
Aqui seremos sempre felizes!





O Verão dele...

... foi passado com uma máquina fotográfica daquelas descartáveis e analógicas. Quando carregava no botão deixava sempre descair um pouco a máquina, mas ficaram algumas experiências bonitas!



sábado, 28 de dezembro de 2013

Sorte

Foi uma sorte ter descido a rua naquele dia, àquela hora e ter olhado para a montra da loja em segunda mão em que quase nunca entro. Apaixonei-me logo! Há muito tempo que procura uma cidade de madeira para o Manuel, mas é tudo caro e menos bonito. Esta foi um achado maravilhoso!

 

 

quinta-feira, 26 de dezembro de 2013

Inspiração para 2014


Um dos meus objectivos para 2013 foi fazer mais exercício. Comecei a correr porque é grátis, é um exercício ao ar livre e porque é um momento em que não tenho de pensar em mais nada, só em correr. Para mim, tornou-se um exercício de liberdade.
Não fui muito longe (acho que corri umas dez vezes durante todo o ano), mas também não desisti.
2014 está à porta e este vídeo é mesmo inspirador!

terça-feira, 24 de dezembro de 2013

"Os Enamoramentos", Javier Marías

"É a horrível força do presente, que esmaga o passado tanto quanto o distancia, e que além disso o falseia sem que o passado possa abrir a boca, nem protestar nem contradizê-lo nem refutar-lhe seja o que for."

"Sim, somos todos arremedos de pessoas que quase nunca chegámos a conhecer, de gente que não se aproximou ou passou ao largo na vida daqueles que amamos agora, ou que então se deteve mas se cansou passado um tempo e desapareceu sem deixar rasto ou só a poeirada dos pés que vão fugindo, ou que morreu para aqueles que amamos causando-lhes uma ferida mortal que quase sempre acaba por fechar. Não podemos pretender ser os primeiros, ou os preferidos, somos apenas o que está disponível, os restos, as sobras, os sobreviventes, o que vai ficando, os saldos, e é com esses pouco que se solidificam os maiores amores e se fundam as melhores famílias, é essa a proveniência de nós todos, produto que somos da casualidade e do conformismo, dos descartes e das timidezas e dos fracassos alheios, e ainda assim daríamos às vezes fosse o que fosse para continuarmos junto de quem resgatámos um dia de um sótão ou um leilão, ou que nos coube em sorte num jogo de cartas ou apanhámos nos desperdícios; inverosimilmente conseguimos convencer-nos dos nossos infelizes namoros, e são muitos os que julgam ver a mão do destino no que não é mais que uma briga de aldeia quando o Verão já agoniza..."

 

terça-feira, 17 de dezembro de 2013

"Even the smallest person can change the course of the future”

Diz-se que “filho és, pai serás” como uma forma de ameaça, como quem diz: “o que fizeres de mal, também o acharás”. Não costuma dizer-se. “filha és, mãe serás”, mas a genética é uma ciência (talvez exata) e “quem sai aos seus não degenera”.
Se alguém, por acaso, ler este post e não me conheça, fique a saber que sou uma moça pequena (“mignon” para os que costumam ser mais simpáticos): mal passo dos 150 cm e quanto a quilos nem vou dizer para não suscitar invejas de maior… Não é um fator de que goste particularmente principalmente porque passo despercebida em qualquer sítio, às vezes tenho de procurar sapatos em lojas de criança e quando ia a concertos (no século passado) não via nada a não as cabeleiras a imitar o Robert Smith à minha frente…
As piores memórias que tenho de infância relacionam-se com a comida: comer era para mim uma verdadeira seca e uma perda de tempo, demorava sempre horas que me pareciam intermináveis e a única pessoa que me compreendia era o meu avô Cesário que dizia; “A menina já tem avondo, não é preciso comer mais”. Para além disso lembro-me bem do sofrimento dos meus pais quando na rua as pessoas lhes diziam: “mas está tão magrinha, coitadinha!” E estive sempre “tão magrinha, coitadinha” até ter o Manuel (não que agora esteja gorda, mas já escapo aos comentários mais infelizes).
Pela forma como comecei o texto, já devem estar a adivinhar: sim, o Manuel é igual, exatamente igual! Felizmente foi amamentado até (bastante) tarde, mas nunca quis saber de biberão nem sequer de papas Cerelac (incrível, não é?). Acho que até aos 2 anos ele não comeu quase nada e a única coisa que me salvou de ficar neurótica (salvou mesmo!) foi o livro “Mi niño no me come” do Carlos González. A saga continua todas as noites com um novo episódio e recentemente dois novos dados vieram desacalmar-me (esta palavra não existe, eu sei). Primeiro, no colégio, a educadora veio pedir-me muito gentilmente para ele lá em casa comer de faca e garfo: na verdade, se ele comesse, já seria de faca e garfo, mas ele acha que a faca é um foguetão e o garfo é a lua e quando eu digo com cara séria “Manuel, por favor, come!”, ele dá-me um beijinho e cala-me… E no fim, acabo por ser eu a dar-lhe a comida, claro!
Depois, a pediatra (a sério, eu já tinha desistido do primeiro pediatra por causa disto!) achou que ele estava pequeno e lá saímos da consulta com uma requisição para um raio-X e um hemograma, “pelo sim, pelo não”.
E ele come? Sim, ele come: três horas depois e com ajuda, mas come…

Bibligrafia: “Come a sopa, Marta” de Marta Torrão (outra como eu)
Mi niño no me come” de Carlos González

Dados encorajadores:
Daniel Radcliffe = 1,65m/altura
Dustin Hoffman = 1,66 m/altura
Lionel Messi = 1,69 m/altura
Humphrey Bogart = 1,74 m/altura
Fred Astaire = 1,75m/ altura

Para acabar, como comecei: “Homem pequenino, ou velhaco ou bailarino!”

(e a frase do título é do Senhor dos Anéis, o Frodo/Elijah Wood tem 1,65m de altura)

domingo, 15 de dezembro de 2013

sábado, 14 de dezembro de 2013

sexta-feira, 13 de dezembro de 2013

quinta-feira, 12 de dezembro de 2013

Calendário do advento

Procurei alguns na net, mas na realidade nenhum me encheu as medidas e todos levavam algum tempo a fazer. Aproveitei uma idea do site Playful learning, que adoro, mas em vez de frases sobre a família escrevi pequenas actividades para fazer com o Manuel, de forma a tornar o advento mais rico em criatividade. Depois, foi só encher o frasco de uma maneira qualquer...

Vou mostrando algumas das surpresas que as noites e os pequenos papéis enrolados ou dobrados nos trazem.

(também temos um calendário daqueles com chocolates, claro!)

 

segunda-feira, 9 de dezembro de 2013

d e s o r d e m

Porque é que a vida dos outros me parece sempre tão certa, tão alinhada, tão dentro do tempo? Todos os fios de cabelo no sítio certo, roupa sem vincos, caras sorridentes...
E a minha, sempre em desalinho, em correrias, em desacertos? Sempre coisas que nunca se acabam de arrumar, meias desencontradas, cabelos fora fora do sítio, tarefas que jamais consigo acabar, planetas em trânsitos estranhos, atrasos e nervos à flor da pele...

Porquê?

"(...) Mas não é por isso que eu tenho uma tara pelo Tiffany's. Ouve. Sabes aqueles dias em que temos o ferro em brasa na cabeça?
- Como estar com a telha?
- Não - respondeu ela, lentamente - Não, a telha é porque estamos a ficar gordos ou às vezes porque a chuva nunca mais pára. Ficamos tristes, pronto. Mas o ferro em brasa é horrível. Temos medo e suamos como tudo, mas não sabemos do que é que temos medo, a não ser que é uma coisa má que nos vai acontecer, mas não sabemos o que é. Nunca sentiste isso?
- Várias vezes. Há quem lhe chame ansiedade.
- Como queiras, ansiedade. Mas como é que te livras disso?
- Bem, um copo pode ajudar.
- Isso eu já tentei. Também tentei a aspirina. O Rusty acha que eu devia fuma marijuana, o que eu fiz por uns tempos, mas só me dá vontade de rir. Descobri que o que me faz melhor é apanhar um táxi e ir até ao Tiffany's. Fico logo mais calma com a serenidade e ar digno que aquilo tem. Não há nada de realmente terrível que nos possa acontecer ali, com aqueles homens de fatos janotas, e o cheiro fantástico da prata e das carteiras de crocodilo. Se eu encontrasse um sítio da vida real que me fizesse sentir como o Tiffany's, não hesitava em comprar mobília e dar um nome ao gato."
Truman Capote, Boneca de Luxo (sim, o título em inglês é muito mais apelativo)


domingo, 1 de dezembro de 2013

Em Dezembro, Santa Claus is coming to town


Mesmo que não quisesse, ser mãe de um filho de 4 anos traz os seus benefícios e comemorar o Natal com requintes é um deles. As músicas no carro repetem-se e felizmente que encontrei umas em versão de jazz, o pinheiro também foi uma exigência e lá fomos ao CCB comprar a dita árvore "verdadeira". Também trouxemos um presépio da PUKACA e mais umas prendinhas da Ana Oliveira.




Ontem, o programa foi ir ver as iluminações de Natal e a respectiva inauguração de circunstância que nunca faria antes da minha condição de mãe, mas achei que todos o miúdos, incluindo o meu, gostam de fogo de artifício (eu gosto desde sempre, confesso). Nada de mais errado! A cria agarrou-se aos ouvidos e começou a chorar que queria ir para casa! Felizmente o resto do passeio, pela baixa e pelo Chiado, foi mais calmo e ainda assistimos a um mini concerto de Natal, no Largo Camões, que salvou a noite.

quarta-feira, 20 de novembro de 2013

Da liberdade

Primeiro era só uma pequena irritação. Sempre que o temóvel se desligava, voltava à data de 1 de Janeiro de 2005 e muitas das mensagens recebidas durante essa altura perdiam-se. Andava já com 8 mensagens não lidas que estavam algures não sei bem onde e a vodafone pedia-me um valor absurdo para uma actualização de software que nunca fiz.

Depois, na passada sexta-feira, o temóvel desligou-se e nunca mais o consegui ligar. Tudo indicava ser a bateria, mas não se comprovou (também só tinha 4 anos) e até agora não sei o que aconteceu. O que sei é que me aborrece imenso tratar destas coisas e por isso fui deixando passar o tempo. (Na verdade é o meu pai que, cheio de boa vontade, anda a tentar resolver a situação)

São 5 dias sem telemóvel, não é nenhum drama nem nenhuma eternidade... Mas confesso que me irrita esta mania de ter de estar sempre ligada, sempre contactável e que me sinto mais livre assim. Claro que também me sinto mais insegura, sei que se me acontecer alguma coisa no trânsito não posso ligar a ninguém, ou que se não puder ir buscar o Manuel à última da hora não posso fazer nenhum telefonema SOS.

Devo dizer que não me imagino a viver sem telemóvel durante muito tempo (suponho que, principalmente, devido à minha condição de mãe), mas a experiência tem sido melhor do que pensava e, para além disso,não me apetece gastar nem mais um cêntimo com estas companhias de telecomunicações que dominam o mercado sem ter a mínima preocupação com o apoio ao cliente!

Uma última reflexão me assalta (e me assusta) nos últimos dias: a segurança é um antónimo de liberdade? É que parece que sim...

 

P.S. - Não me liguem, não vale mesmo a pena!

segunda-feira, 18 de novembro de 2013

domingo, 17 de novembro de 2013

....

[Domingo à noite]

Inveja da liberdade com que os outros escrevem.

Tarefas chatas versus embalagens bonitas

Vida de mãe que inevitavelmente também lava roupa à mão.

 

quarta-feira, 23 de outubro de 2013

Prémière

A cidade a preto e branco só será apresentada amanhã, juntamente com uma pequena história quase quase improvisada. Vocês são os primeiríssimos a vê-la. Foi feita em duas metades da minha hora de almoço e numa noite em que o Manuel andava entretido a brincar com a prima.
Mas tudo isto não teria sido possível sem a ajuda do melhor MELHOR site da net: MR PRINTABLES!
Divirtam-se, que nós também! (Apesar do nervoso miúdinho)

 

quarta-feira, 16 de outubro de 2013

As paixões dele

Fomos ver o Kirikou à festa do cinema francês e ficámos fãs! É um filme que apetece ver e rever vezes sem conta e o Manuel anda sempre a trautear as canções. Se estivéssemos cá este fim de semana, para além do festival Big Bang (até já tínhamos bilhetes) se calhar ainda íamos ver o Kirikou 2,mas não vai dar.

Para além disso, parece-me que o fantasma do Mozart veio viver cá para casa:

1- Ouvimos a criatura a toda a hora

2- "Mãe, quando for grande vou chamar-me Amadeus"

3 - Quer ir buscar o músico, "lá ao sítio onde ele está morto" (cheira-me a crime)

4 - Anda muito descontente porque os amigos não sabem quem é o Papageno

( JURO que não tenho nada a ver com isto)

terça-feira, 17 de setembro de 2013

Meia hora a sós com um Rothko


O Brian Cohen escreveu um artigo sobre a maneira correcta de visitar um museu (existe mesmo uma?)  e eu fartei-me de rir porque, na prática, poderia ter sido eu a escrevê-lo, ora vejam lá:

"To get the most out of your museumgoing experience, I recommend the following:

1. Avoid docents. If a docent enters a room, leave immediately (...).

2. Get out of sync with people with the big headphones; they move at a predetermined and predictable pace, and only when the recording tells them to. (...)

3. Establish and protect your space in front of a painting* for as long as you'd like. Don't let anyone get between you and the art. (...)
* Sculpture is what you bump into when you back up to see a painting -- Barnett Newman

4. Avoid the guards or pretend they're not looking at you. (...) If an alarm goes off, act like it wasn't you.

5. Go to empty rooms. Seek out at the "minor" arts like drawing and printmaking, or non-European/American art (no one will be there).

6. Don't look at everything on view; not everything is equally worthy of your attention, nor do you have the stamina to see it all. (...) Pace yourself; sit down when you can, and leave the museum before you're exhausted.

7. Avoid peak hours, blockbuster shows, and popular masterpieces. You can claim to have seen the Mona Lisa without having looked at it; no one will know. Go when conditions are more favorable.

8. Go alone and don't interact with anyone. Surround yourself in an aura of invisibility and inviolability. You are there not for an interpersonal but for an inner experience.

9. Act like you own the art. It should be yours; it's not your fault you're not rich."

Brian D. Cohen, "How to Visit a Museum" (vale a pena ler, é super cómico!)

Devo ser sincera: sou museóloga e trabalho na área de comunicação de um museu, passo o dia numa série de tarefas que têm como objectivo,embora não único, trazer mais público ao museu (esta ditadura dos números tem muito que se lhe diga) e fico contente quando isso acontece.
Mas quando sou eu do outro lado, tudo muda! Eu gosto de museus pequenos, quase vazios, silenciosos... Eu acho que a arte também é uma espécie de religião e para visitar um museu, a minha palavra privilegiada é contemplação...
A última vez que estive no Louvre odiei, foi a pior experiência da minha vida como visitante de museus... Em frente à Mona Lisa havia uma fila, ninguém podia parar, as pessoas empurravam-se e os guardas enxotavam-nas, parecíamos gado. Fugi para as salas de cerâmica medieval onde não estava ninguém, que maravilha! Fui ver umas salas de pintura que estavam vazias e descobri, por acaso, este auto-retrato do Dürer (que adoro).


É bom termos gente nos nossos museus, claro, mas a qualidade da experiência, o tempo que aqui passam e, sobretudo, se ficam ou não com vontade de voltar também conta...
E, quanto a mim, deixem-me estar meia hora a sós com um Rothko que, como diz o Brian Cohen, eu não tenho culpa de não ser rica...

(sim, as personagens femininas dos romances da Ana Teresa Pereira, lembram-se?)

sábado, 7 de setembro de 2013

Da Feira da Luz

Para mim, é sempre umas das coisas boas da reentré: a Feira da Luz em Carnide. É certo que cada vez está mais pequena, mas gosto sempre das "tendas" (?) das vergas (ai, ai, as alcofas e as cestas), das plantas, e das cerâmicas. Desta vez trouxe isto:

* Lúcia-lima: só de a cheirar fico logo mais feliz e faz um dos melhores chás do mundo (2€).

* Uma garrafa de vidro: porque estou a tentar eliminar os plásticos e esta é óptima para ir ao frigorifico com água (2€)

* Um almofariz verdadeiro! Tinha um da loja do chinês, mas é meio envernizado e os alhos saltam todos. Além disso descobri recentemente que os alhos nunca devem ser cortados, mas sim esmagados e de preferência com casca. Assim, parece que já posso fazer uma boa açorda. (5€)

* 6 canecas que achei lindas. As 6 por 2€!

* Uma figurinha de barro tradicional portuguesa, acho tão giras para o presépio que tenho vontade de ir lá comprar mais (1€).

Espero ainda lá voltar, pois fiquei de olho num vaso de hortelã da ribeira (começo a desconfiar que isto das aromáticas é um vício) e numas suculentas para o meu jardim em miniatura (um dia falo sobre ele).

 

terça-feira, 3 de setembro de 2013

Projecto analógico

 

Não sei o que vai dar, mas estas férias fartei-me das máquinas digitais... Já há tanta imagem por tanto lado e tudo tão pouco palpável... Levei a Diana, mas à última da hora não consegui encontrar rolos de 12mm (na fnac já não tinham), por isso, quase todas as fotos que tirei foram com esta velhinha máquina do meu pai da qual saíram todas as fotos que tenho da minha infância.

Para completar a aventura, o rolo estava fora de prazo (e agora não consigo rebobiná-lo!)

O que será, será!

 

domingo, 1 de setembro de 2013

Amnésia

E se nos esquecessemos de voltar e ficássemos para sempre junto ao mar?

 

domingo, 28 de julho de 2013

Domingos em casa

Passámos o Domingo em casa. Nós arrumamos por um lado, ele desarruma por outro (devo dizer "brinca"?). Mas entre máquinas de roupa, sopas e outros que tais [suspiro] ainda dá tempo para umas actividades que salvam o dia!

 

Sempre gostei de teatrinhos de papel (lembram-se deste?). são pequenos mundos que podemos criar do tamanho que quisermos, com as histórias e personagens mais ou menos mirabolantes... Claro que agora tenho muito menos tempo para me dedicar a eles, por isso, desta vez experimentámos um teatrinho da PUKACA e ficámos com vontade de comprar os outros da colecção. (Embora eu comece a ter muita dificuldade em organizar o quarto do M.)

 

sexta-feira, 26 de julho de 2013

Da gratidão



Acho que posso considerar-me uma pessoa com sorte. Diria mesmo, uma pessoa feliz (isto é um palavra tão grande).
Tive quatro avós até tarde. Ainda tenho dois fantásticos avós. Foram eles que construíram a minha infância.
O meu avó Cesário morreu quando eu tinha 23 anos. Todo ele era um sorriso. Tinha os olhos muito brilhantes e as mãos muito magras. Ensinou-me a descascar laranjas e o significado da palavra devagar. Trazia para casa "baraços" (que faziam sempre falta) e molas de roupa que encontrava na rua. Passeava e bebia café e ia dormir para o sofá quando eu ficava à noite na casa da minha avó.
Da minha avó Clotilde não posso dizer muito. O meu corpo é o dela. Uma parte grande de mim morreu com ela e jamais deixarei de sentir saudades. Os olhos da minha avó eram de água e quando digo o nome Clotilde os meus olhos tornam-se também água. Uma das minhas maiores mágoas é que não tenha conhecido o Manuel, sei tão bem como a teria feito feliz.
Mas sou sortuda. Os dois pais da minha mãe vivem. A minha avó Maria e o meu avô Manuel lutaram a vida inteira e ainda lutam, embora de formas diferentes. Nunca, nunca me vou esquecer do tempo em que cantavam à desgarrada nem das manhãs em que o meu avô saía para o trabalho e eu ia dormir para a cama da minha avó. O meu avô Manuel é a pessoa mais bonita que conheço, a minha avó Maria é a mais paciente.
Não sei quanto tempo mais os meus avós vão viver, mas acho que vão chegar aos cem anos! Mas mesmo que isso não aconteça a marca que deixaram em mim e no meu filho (mesmo que ele não sinta isso de uma forma consciente) já é bastante forte. Porque não há nada no mundo mais importante do que aprender a descascar favas ou a dançar a dança do marujinho…

Assim, sendo, que me perdoem os avós: longa vida a todos os bisavós deste mundo!

segunda-feira, 22 de julho de 2013

Clarice, a hora da estrela (post fora do tempo)

Acho que já foi há quase um mês que acabou esta exposição. Fui ver, apesar de ser sobre uma escritora da qual nunca li nada, incrível, não é? A Clarisse foi ficando na lista de livros/autores a ler. Foi ficando e ainda hoje lá permanece. Não deixa de ser estranho ir ver uma exposição assim, deviam proibir a entrada a pessoas como eu (brincadeira).
Conheço gente que leu Clarisse. Por duas vezes me aconteceu um episódio repetido. Alguém que me conhece chega ao pé de mim com ar de caso e diz:
- "Estou a ler um livro, "A Paixão Segundo G.H." Já leste?"
- "Não", respondo.
E quando digo "não" um abismo se abre entre mim e a pessoa, como se já nada mais pudéssemos partilhar. E depois, a leitora olha-me como se toda a sua vida se estivesse a transformar duma forma que eu jamais pudesse entender e a verdade é que muda, de uma maneira subtil mas profunda.
Depois a pessoa desaparece, às vezes para sempre.
É por isso que nunca li este livro. Vou lê-lo este verão.


E a exposição era linda, sim. E a entrevista a Clarisse, com todas as pausas, todas as hesitações e o fumo dos cigarros era maravilhosa...

terça-feira, 16 de julho de 2013

Cut your hair and get a (better) job

Eu era uma miúda "cabelo curto", aliás mesmo quando era pequena - 3 anos - era, como a minha tia dizia, uma Jean Seberg em miniatura (infelizmente fiquei um bocadinho aquém quando cresci, mas enfim...). Agora, tenho o cabelo pelos ombros o que, para mim, é um comprimento inenarrável e com o Verão, isto começa realmente a chatear porque um pessoa quer algo do género "ready to go".
Depois, existe uma espécie de mito urbano sobre mudanças de visual... Li uma vez, numa revista de moda, um artigo que sugeria que as mudanças de visual podem preceder uma mudança de vida. Bem, eu não quero prpriamente mudar de vida, mas um "up grade" era bem vindo... Nesse texto, uma mulher relatava que um dia tinha cortado o cabelo bem curto, no dia seguinte despediu-se do sítio onde trabalhava e na semana a seguir voltava a ser contratada por um salário muito mais elevado... É tentador, não é?
Por último, existe este belíssimo texto, a que fui ter através deste blogue
"Short hair makes others think you have good bones, determination, and an agenda. The shape of your skull is commented on, so are its contents. They can pick you out in a crowd, and you can be recognized from behind, which can be good or bad. But your face is no longer a flat screen surrounded by a curtain: the world sees you in three dimensions."
Joan Juliet Buck, On Short Hair, Vogue

sexta-feira, 12 de julho de 2013

As cartas

Estou em arrumações. As cartas cabem todas numa caixa. Isso é bom, poupa espaço. Estão muitas pessoas aqui dentro. Pessoas mortas. Pessoas que já não sei quem são. Pessoas de quem tenho saudades. Pessoas longínquas. Não me consigo lembrar de todas as caras, mas os nomes estão todos aqui.

Eu própria estou aqui. E tu avó Clotilde. Avô Manuel. Alex. Carla. Hugo. Rui. Juan. Margarida. Dolores. Sandra. Sónia. Susana. Irmão Ivo. Irmã Sara. Irmão João. Eu própria estou aqui.

 

quinta-feira, 4 de julho de 2013

Apps para bloggers apressados

Para uma rapariga como eu, que pouco tempo tem para escrever no blog ou seguir os blogues que mais gosta, descobrir formas de o fazer mais amiúde recorrendo a menos tempo possível tornou-se uma necessidade. Por isso, muitas vezes actualizo o blog através da aplicação do próprio bloguer mas confesso que até agora não estou muito feliz com ela (não consigo inserir links nem formatar as imagens) pelo que estou a experimentar pela primeira vez o Blogsy (é uma app paga, mas parece que vale a pena)

E para ler os meus blogues favoritos, o melhor revelou-se mesmo ser o bloglovin’ (também podem seguir o azuldemarta), enquanto para publicações periódicas, sites, museus e afins utilizo o feedly.
E vocês? Como e donde actualizam o vosso blogue? E como seguem os outros?

 

quarta-feira, 3 de julho de 2013

A avó veio cá a casa



Sou a mais velha da família e os meus brinquedos passaram primeiro para primos e depois para a minha irmã Sara, mas mesmo assim, quase 30 anos depois resistem! E é tão bom revê-los e ainda mais a serem úteis para o pirralho!
(Confesso que tinha saudades dos PinY Pon e já nem me lembrava que tinha uma tenda! Que maravilha!)

terça-feira, 2 de julho de 2013

Dele

Mesmo depois de um dia de colégio, continuam giros...
Vieram da Vertbaudet, donde normalmente vem uma grande parte do guarda-roupa da cria (e, às vezes, também meu!)

sexta-feira, 28 de junho de 2013

Lamento de mãe

Nas últimas duas semanas o bicharoco foi à praia com o colégio e todos tivemos de acordar uma hora mais cedo... Ando para além de sonolenta, metade do meu cérebro deve ter hibernado.
Preciso de mais tempo.
Chego a casa, dou-lhe banho, jantamos, cama... É só isto  e já é sempre tarde...
Pergunto: uma mãe devia ter tempo para brincar com os filhos, não devia?

umpf

quinta-feira, 27 de junho de 2013

Sei que a infância é um país fugaz. Soube-o ainda pequena, nas mudanças de escola e de colegas e depois mais tarde, quando os meus irmãos mais novos cresceram ( o João e a Sara são 15 e 16 anos mais novos que eu). Esta é talvez a principal razão de ser uma mãe tão pouco desprendida - uma mãe galinha, como se costuma dizer - e andar sempre com a cria atrás. Estes feriados e nos últimos fins-de-semana fizemos muitas coisas, andámos para trás e para a frente, o Manuel viu coisas que nunca tinha visto e nós, os pais, também. Foi o Santo António, as sardinhas, o arraial, o algodão doce, o castelo de São Jorge, as pegadas de dinossauros, o render da guarda, os coches e depois, uma exposição da Lygia Clark que esteve na Praça da Figueira.
Nem fazia bem intenção de ir com o Manuel - gosto do trabalho da Lygia há muito tempo e queria realmente experimentar porque só tinha visto umas obras há muito tempo na Casa de Serralves - mas como ele anda sempre connosco, foi. Éramos quatro adultos e ele e houve um momento em que quis experimentar  "O túnel", uma maga de pano elástico em cada pessoa entra por um lado, para se encontrarem no meio, e o Manuel, tão querido, foi experimentar comigo. Ele entrou por lado, eu por outro e gatinhamos, gatinhamos, até que por fim nos encontrámos a meio e foi um momento tão mágico e bonito que nunca mais me irei esquecer. Desse encontro resultou esta fotografia, tirada pelo pai.



Mais tarde, disse que ele tinha sido muito corajoso por entrar no túnel, e que era o meu companheiro de aventuras, o que é a mais pura das verdades.

quarta-feira, 26 de junho de 2013

?

"Mãe: quem te construiu?"

sexta-feira, 21 de junho de 2013

O meu primeiro Santo António


(este blogue está em diferido....)

Embora seja uma lisboeta com 36 anos de vida nesta cidade (excluindo um em que estive em Barcelona), quase posso dizer que este foi o primeiro Santo António, pelo menos no sentido canónico do mesmo, porque pela primeira vez fui ver a procissão dedicada ao santo. Não que seja católica, mas a verdade é que as procissões são uma forma de fé que me interessa, embora não saiba bem explicar porquê.. Quando era pequena ia com a minha avó Clotilde ver passar a procissão de Nossa Senhora da Saúde, em Sacavém e adorava: era ao mesmo tempo estranho e belo.
As procissões de velas ainda hoje me emocionam,são lindas e parecem pertencer a outro tempo, parece-me sempre haver ali algo de profundamente humano, uma coisa que nos liga a todos, quer se chame fé, espiritualidade ou talvez simplesmente esperança. Por isso, como lisboeta que sou, senti que era tempo de conhecer melhor a minha cidade e um dos santos mais importantes para ela (o padroeiro da cidade é São Vicente).

Quando era pequena, o Santo António era uma fogueira à porta da escola primária. No fim de uma descida alguém - nunca soube quem - fazia essa fogueira, havia tão poucos carros na altura... E então, todos os anos havia esse aperto na barriga, a dúvida, o perigo... "Salto ou não salto?" Todos os anos em que houve fogueira saltei, mas na realidade não me lembro de quando se deixou de fazer... Lembro, sim, desse sentimento de satisfação e orgulho depois de saltar a fogueira, era algo mágico que pensava sempre que só os maiores e mais corajosos conseguiam fazer....

O que gosto no Santo António e nas festas populares é esta capacidade de puderem ser comemoradas de tantas formas diferentes, por tanta gente diferente... Mas não posso negar que sinto uma certa nostalgia das fogueiras e do "tostãozinho para o Santo António".
Para o ano há mais!


quinta-feira, 20 de junho de 2013

Munteam & Roseblum vs Douglas Coupland


Eu podia ser a rapariga deste quadro. Podia viver em qualquer um dos quadros de Munteam e Roseblum.
Isso, ou isto:
"Vivemos as nossas vidinhas de periferia; estamos marginalizados e há muitas coisas em que preferimos não participar. Queríamos o silêncio e agora temos silêncio. Chegámos aqui cobertos de feridas e chagas, o cólon tão cheio de nós que pensávamos nunca mais vir a ter um movimento intestinal. O nosso sistema tinha deixado de funcionar, avariado pelo cheiro a máquinas de cópias,apagador, o cheiro a papel de carta e pelo stress interminável de empregos sem objectivo em que se trabalha de má vontade e ninguém nos agradece. Sofríamos de condicionamentos que nos levaram a confundir ir às compras com criatividade, a tomar depressivos e a pensar que alugar um vídeo nos sábados à noite é o bastante. Mas agora que vivemos aqui no deserto as coisas vão muito melhor." 
Douglas Coupland, Geração X

Tão profundamente verdade

quarta-feira, 19 de junho de 2013

Playlist Junho

A playlist deste mês tem muitas senhoras... Mas uma das minhas preferidas é um dueto com o insubstituível Beck.
Tem também uma canção da Sia que sonorizou a cena fnal de "Sete Palmos de Terra" a minha série favorita (mesmo agora, passados tantos anos).
Espero que gostem...

segunda-feira, 17 de junho de 2013

Mãe galinha, filho pintainho preparam uma surpresa.


Os feriados são dias úteis, só quem não sabe o que fazer no tempo livre, pode achar que retirar feriados - e portanto dias úteis - às pessoas faz avançar um país. Nos feriados sobra tempo em que não  estamos a limpar a casa, ou a estender a roupa, nos feriados há um pedacinho de tempo que vale mais que todos os outros, em que encontramos coisas aparentemente inúteis e transformamos em brinquedos que não são de plástico, encontramos o azul, o magenta, o amarelo, abrimos portas e janelas e esperamos... Esperamos para poder acabar o trabalho no próximo feriado ou, talvez, no próximo dia de greve!