sexta-feira, 28 de junho de 2013

Lamento de mãe

Nas últimas duas semanas o bicharoco foi à praia com o colégio e todos tivemos de acordar uma hora mais cedo... Ando para além de sonolenta, metade do meu cérebro deve ter hibernado.
Preciso de mais tempo.
Chego a casa, dou-lhe banho, jantamos, cama... É só isto  e já é sempre tarde...
Pergunto: uma mãe devia ter tempo para brincar com os filhos, não devia?

umpf

quinta-feira, 27 de junho de 2013

Sei que a infância é um país fugaz. Soube-o ainda pequena, nas mudanças de escola e de colegas e depois mais tarde, quando os meus irmãos mais novos cresceram ( o João e a Sara são 15 e 16 anos mais novos que eu). Esta é talvez a principal razão de ser uma mãe tão pouco desprendida - uma mãe galinha, como se costuma dizer - e andar sempre com a cria atrás. Estes feriados e nos últimos fins-de-semana fizemos muitas coisas, andámos para trás e para a frente, o Manuel viu coisas que nunca tinha visto e nós, os pais, também. Foi o Santo António, as sardinhas, o arraial, o algodão doce, o castelo de São Jorge, as pegadas de dinossauros, o render da guarda, os coches e depois, uma exposição da Lygia Clark que esteve na Praça da Figueira.
Nem fazia bem intenção de ir com o Manuel - gosto do trabalho da Lygia há muito tempo e queria realmente experimentar porque só tinha visto umas obras há muito tempo na Casa de Serralves - mas como ele anda sempre connosco, foi. Éramos quatro adultos e ele e houve um momento em que quis experimentar  "O túnel", uma maga de pano elástico em cada pessoa entra por um lado, para se encontrarem no meio, e o Manuel, tão querido, foi experimentar comigo. Ele entrou por lado, eu por outro e gatinhamos, gatinhamos, até que por fim nos encontrámos a meio e foi um momento tão mágico e bonito que nunca mais me irei esquecer. Desse encontro resultou esta fotografia, tirada pelo pai.



Mais tarde, disse que ele tinha sido muito corajoso por entrar no túnel, e que era o meu companheiro de aventuras, o que é a mais pura das verdades.

quarta-feira, 26 de junho de 2013

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"Mãe: quem te construiu?"

sexta-feira, 21 de junho de 2013

O meu primeiro Santo António


(este blogue está em diferido....)

Embora seja uma lisboeta com 36 anos de vida nesta cidade (excluindo um em que estive em Barcelona), quase posso dizer que este foi o primeiro Santo António, pelo menos no sentido canónico do mesmo, porque pela primeira vez fui ver a procissão dedicada ao santo. Não que seja católica, mas a verdade é que as procissões são uma forma de fé que me interessa, embora não saiba bem explicar porquê.. Quando era pequena ia com a minha avó Clotilde ver passar a procissão de Nossa Senhora da Saúde, em Sacavém e adorava: era ao mesmo tempo estranho e belo.
As procissões de velas ainda hoje me emocionam,são lindas e parecem pertencer a outro tempo, parece-me sempre haver ali algo de profundamente humano, uma coisa que nos liga a todos, quer se chame fé, espiritualidade ou talvez simplesmente esperança. Por isso, como lisboeta que sou, senti que era tempo de conhecer melhor a minha cidade e um dos santos mais importantes para ela (o padroeiro da cidade é São Vicente).

Quando era pequena, o Santo António era uma fogueira à porta da escola primária. No fim de uma descida alguém - nunca soube quem - fazia essa fogueira, havia tão poucos carros na altura... E então, todos os anos havia esse aperto na barriga, a dúvida, o perigo... "Salto ou não salto?" Todos os anos em que houve fogueira saltei, mas na realidade não me lembro de quando se deixou de fazer... Lembro, sim, desse sentimento de satisfação e orgulho depois de saltar a fogueira, era algo mágico que pensava sempre que só os maiores e mais corajosos conseguiam fazer....

O que gosto no Santo António e nas festas populares é esta capacidade de puderem ser comemoradas de tantas formas diferentes, por tanta gente diferente... Mas não posso negar que sinto uma certa nostalgia das fogueiras e do "tostãozinho para o Santo António".
Para o ano há mais!


quinta-feira, 20 de junho de 2013

Munteam & Roseblum vs Douglas Coupland


Eu podia ser a rapariga deste quadro. Podia viver em qualquer um dos quadros de Munteam e Roseblum.
Isso, ou isto:
"Vivemos as nossas vidinhas de periferia; estamos marginalizados e há muitas coisas em que preferimos não participar. Queríamos o silêncio e agora temos silêncio. Chegámos aqui cobertos de feridas e chagas, o cólon tão cheio de nós que pensávamos nunca mais vir a ter um movimento intestinal. O nosso sistema tinha deixado de funcionar, avariado pelo cheiro a máquinas de cópias,apagador, o cheiro a papel de carta e pelo stress interminável de empregos sem objectivo em que se trabalha de má vontade e ninguém nos agradece. Sofríamos de condicionamentos que nos levaram a confundir ir às compras com criatividade, a tomar depressivos e a pensar que alugar um vídeo nos sábados à noite é o bastante. Mas agora que vivemos aqui no deserto as coisas vão muito melhor." 
Douglas Coupland, Geração X

Tão profundamente verdade

quarta-feira, 19 de junho de 2013

Playlist Junho

A playlist deste mês tem muitas senhoras... Mas uma das minhas preferidas é um dueto com o insubstituível Beck.
Tem também uma canção da Sia que sonorizou a cena fnal de "Sete Palmos de Terra" a minha série favorita (mesmo agora, passados tantos anos).
Espero que gostem...

segunda-feira, 17 de junho de 2013

Mãe galinha, filho pintainho preparam uma surpresa.


Os feriados são dias úteis, só quem não sabe o que fazer no tempo livre, pode achar que retirar feriados - e portanto dias úteis - às pessoas faz avançar um país. Nos feriados sobra tempo em que não  estamos a limpar a casa, ou a estender a roupa, nos feriados há um pedacinho de tempo que vale mais que todos os outros, em que encontramos coisas aparentemente inúteis e transformamos em brinquedos que não são de plástico, encontramos o azul, o magenta, o amarelo, abrimos portas e janelas e esperamos... Esperamos para poder acabar o trabalho no próximo feriado ou, talvez, no próximo dia de greve!

segunda-feira, 10 de junho de 2013

Presente do fim-de-semana


Vieram de Viseu e são de um vermelho incrível!

sexta-feira, 7 de junho de 2013

ARX Arquivo



O Centro Cultural de Belém tem um novo espaço dedicado a  exposições: a garagem sul. Não é, como o nome indica, um espaço pensado para ser museu - a presença desse uso como garagem não passa despercebida, mas a iniciativa é de louvar porque já não era sem tempo que a arquitectura ganha um local onde se possa expor em Portugal.


Há já algum tempo que me interessa a relação museu/arquivo: o museu é também um arquivo, embora essa seja a sua face menos visível para o público. Por outro lado, uma das principais funções do museu, a da exposição, parece ser o oposto do que consideramos como arquivo. Por isso, expor um arquivo parece, à partida um contrassenso. 
Mas, como está patente nos tentos do próprio comissário (Luís Santiago Baptista), o arquivo não é totalmente estranho a áreas próximas das da museologia, nomeadamente a da história das imagens.
O Atlas ARX convoca a ideia de atlas proposta por Aby Warburg, no início do século XX e desenvolvida depois por diversos pensadores e artistas.
"Por natureza, o atlas é uma figura da mediação, ou seja, uma estrutura de relações e conexões entre imagens, próximas ou distantes, activadas pela memória. Se, por um lado, joga com o estabelecido, garantindo a inteligibilidade, por outro, avança com cortes cirúrgicos na sua causalidade, libertando o imprevisível. Neste sentido, o atlas constrói identidades por acção de diferenças, instaura a familiaridade a partir da estranheza. Mais processo do que resultado, o atlas põe os conceitos em movimento, investigando potenciais latentes, explorando novas aberturas, traçando linhas de fuga." (Luís Santiago Baptista)


Embora se trate de uma exposição mais direcionada para arquitectos (o público óbvio), a forma como todo o arquivo da ARX foi tratado vai muito para além do que seria uma mera exposição de maquetes, dando a conhecer o processo de trabalho do atelier, ao mesmo tempo que está sempre bem visível que se trata de expor material "arquivístico" que, por norma, não é para ser mostrado. Por isso é um exercício interessante tanto na área da curadoria como na de museologia, precisamente porque consegue fugir ao que estamos mais habituados a ver em exposições de arquitectura.
A visitar.

http://www.arx.pt/pt/construido/579-arx-arquivoarchive