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Sim. É o tempo outra vez.
Só não sei se é o tempo repetido ou só a falta tempo.
A última vez que escrevi ainda era verão e ainda podia vestir vestidos às flores. Tudo mudou desde daí, excepto o cd que continua a ser o mesmo no carro.
No outono nada me anima, a não ser talvez abrir um romã e olhar espantada a sua cor.
Procuro na estante um livro de poesia que não encontro e que portanto não me salvará da monotonia quotidiana.
Pilhas de coisas para arrumar.
Os desenhos do miúdo que continuam aqui numa pasta, à espera de um post.
Fiz uma viagem e ouvi falar outras línguas. Lembrei-me do Budapeste do Chico Buarque - é um livro tão bonito quanto o autor.
O rapaz cresce e tem personalidade e exigências - e eu não quero passar o tempo todo em disputas de poder.
Aborreço-me, desinteresso-me.
A vida não é sempre solar.