segunda-feira, 5 de setembro de 2016

A bonita beldroega


Conheço as beldroegas desde os tempos de criança, quando ia ao Alentejo com os meus avós, mas em Lisboa era difícil encontrá-la se ainda hoje continuam a ser escassas. Provavelmente não eram "assunto" de sopa em todo o país. O meu sogro diz que nas beiras muito do que se comia no Alentejo era considerado ração para animais: é o caso das beldroegas e das bolotas.
Não é de estranhar, o baixo Alentejo é uma terra seca e tudo o que brote dela é quase um milagre e os alentejanos sabem aproveitá-lo bem. Em pequena comi sopa de beldroegas feita pela minha avó Maria (e continuo a comer os seus maravilhosos gaspachos e açordas); agora raramente a faço não só porque é difícil encontrá-las como também levam tempo a arranjar (o que é impeditivo para uma mãe que chega a casa depois das 19h). Mas o miúdo apaixonou-se pela sopa de beldroegas da minha sogra, que é igual à da minha avó, por isso estas férias voltei a fazer a sopa. Embora não tenha sido tão bem sucedida como as avós foram, deixo-vos a receita, para poderem experimentar.

Sopa de Beldroegas
Refoga-se uma cebola picada e um dente de alho, só até ficar dourado. 
Junta-se depois as folhas de beldroegas até amolecerem um pouco. Coloca-se água e uma ou duas batatas às rodelas de 1cm, deixa-se cozer. No fim põem-se os ovos a escalfar nesse caldo (tantos quantos os comensais).
Numa taça coloca-se pedaços de pão de dias anteriores e deita-se o caldo com todos os ingredientes por cima.
Espera-se um pouco e serve-se. 
A consistência deve ficar tipo açorda, por isso o caldo deve ser abundante.

Boa sorte e bom apetite.

(Por essa internet fora podem encontrar artigos sobre os inúmeros benefícios das beldroegas)


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