"Do not ask me who I am and do not ask me to remain the same: leave it to our bureaucrats and our police to see that our papers are in order. At least spare us their morality when we write." Michel Foucault
sexta-feira, 2 de setembro de 2011
30 day photo challenge

Às vezes – muitas vezes – tenho saudades deste blog. Talvez, às vezes, sinta saudade de me reconectar comigo mesma. E passar por aqui é mesmo isso. Às vezes, parece que tudo o que eu sou sem ser eu-com-a-cria já não sou eu. Mas sou.
(Não, não tem nada a ver com o Mário de Sá Carneiro. É mesmo o contrário. Eu não sou eu sem o outro(s)
Por isso, ao passar pelo blog da J., aceitei este desafio que originalmente veio daqui.
Não sei se conseguirei fotografias tão boas, mas prometo andar mais por aqui.
domingo, 10 de julho de 2011
Enquanto ele dormia lá deu para transplantar os cactos (agora é "catos", não é?) que tinha trazido do Alentejo há 3 semanas... Ainda tenho outros quantos de molho porque quero fazer uma coisa diferente. Não sou especialista em jardins de miniatura mas gostava.
Este globo, tenho-o há anos. Devo lembrar que uma grande percetentagem da família trabalha na área farmacêutica e portanto, tive a sorte de receber este globo que, por ter uma pequena falha, já não era útil em laboratório. É um dos meus objectos favoritos. Teve, durante muito tempo, uma planta que se chamava (acho) "Chuva de Prata" e que ficou tão grande que saiu para fora do globo. Depois pouca coisa aí viveu. Há meses plantei uma avenca, mas morreu.
Espero que os cactos sobrevivam porque, como são diferentes, criam um jardim mais bonito.
Microcosmos precisam-se. Balões de oxigénio também.
Etiquetas:
Going Green,
Mapa para o interior de mim mesma
quinta-feira, 23 de junho de 2011
Cesário
O meu avô sentava-se ali, na penumbra da cozinha, a descascar lentamente uma maçã com a sua faca para além de gasta. Brilhavam-se-lhe os olhos sempre que nos via, a mim ou a um dos meus irmãos. Chamava a meu irmão "sacanita" quando ele era mais pequeno.
Depois do almoço, o ti Chico Varinha - que tinha asma - passava à porta e gritava: "eh, lavrador!" e o meu avô saia para irem tomar café.
O meu avô tinha todo o tempo do mundo e comportava-se como tal. Deixava queimar as torradas, o que enervava profundamente a minha avó. Sentava-se no banco do jardim de Sacavém enquanto nós corríamos e tinhamos tempo de fazer parvoíces. Apanha p a c i e n t e m e n t e formigas com o meu irmão mais novo. Dormitava sentado no sofá com a cara tapada com um lenço. Apanhava as molas de roupa que achava no chão - e por isso eu herdei um cesto tão colorido. Coleccionava "baraços" que um dia iriam ser necessários.
Um noite, depois de fazer café de cevada na "escolateira" azul não se chegou a deitar. O café ficou lá, um dia, uma semana. Depois a minha avó deitou-o fora.
Um dia, muitos dias, anos depois, quando a casa entrou na escuridão, fui lá buscar a chocolateira que o meu avô utilizava. Agora passo por ela todos os dias - e alegra-me que sirva de suporte a uma vida. Todos os dias, até ao fim dos meus dias, o meu avô Cesário há-de estar vivo.
(vou procurar uma fotografia dele)
domingo, 5 de junho de 2011
Mãe
Mãe é isto
virar a cabeça para onde quer ele esteja
chegar tarde
chegar tarde
e dar banho e comida
e o ivo a fazer o jantar
jantar
vir com o piolho para a sala
ler livros, identificar macacos, bananas, girafas
É perguntarem-me pelo doutoramento e eu achar que isso é doutra galáxia, não da minha
é responder mil vezes que não vou fazer douturamento, não agora
É pensar no blogue todos os dias (neste e no Mercado) e não conseguir escrever nada
Não conseguir vir aqui
Querer escrever sobre Walden
ou discordar do Mário Cordeiro que diz "se não os frustarmos vão ficar detestáveis"
Ser mãe é ter saudades quando ele está a dormir, mesmo que seja só há uma hora (como agora)
virar a cabeça para onde quer ele esteja
chegar tarde
chegar tarde
e dar banho e comida
e o ivo a fazer o jantar
jantar
vir com o piolho para a sala
ler livros, identificar macacos, bananas, girafas
É perguntarem-me pelo doutoramento e eu achar que isso é doutra galáxia, não da minha
é responder mil vezes que não vou fazer douturamento, não agora
É pensar no blogue todos os dias (neste e no Mercado) e não conseguir escrever nada
Não conseguir vir aqui
Querer escrever sobre Walden
ou discordar do Mário Cordeiro que diz "se não os frustarmos vão ficar detestáveis"
Ser mãe é ter saudades quando ele está a dormir, mesmo que seja só há uma hora (como agora)
sábado, 9 de abril de 2011
Contapetes
Depois de uma semana e meia fechado em casa por causa de um bicho chamado varicela, fomos ver os Contapetes para bebés ao Maria Matos. O Manel, como sempre, fica muito concentrado a olhar e não é muito de se intrometer mas, no fim, revisitámos todos os tapetes e ainda trouxemos dois livros para nos lembrarmos das histórias em casa.
A repetir...
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