sexta-feira, 11 de dezembro de 2015

os maravilhosos desenhos dele

Quando, no fim do ano escolar, o M. trás as pastas da escola, cheias de desenhos, fico sempre maravilhada. Eu sei que todas as mães adoram os desenhos dos filhos, e que isto não é nada de especial... Mas para mim, que até sou historiadora de arte, são mesmo das melhores coisas que existem.
Ele desenha muito. A nossa casa parece um atelier porque eu nunca o proibi de desenhar em nenhum sítio: existem desenhos na mesa de refeições, nas paredes, na porta de casa, na mesa de trabalho. As outras mães, mais arrumadas e fãs da limpeza devem achar um sacrilégio, mas para mim, qualquer desenho dele é uma maravilha, ou uma tentativa - e ambas são igualmente válidas!
Este ano, com a aprendizagem das letras e a ter de fazer tudo direitinho, tenho alguma receio que os desenhos se tornem menos espontâneos... Ando sempre a espreitar, a tentar ver como as coisas evoluem.
O que eu gostava mesmo, mesmo é que ele nunca deixasse de desenhar!

segunda-feira, 7 de dezembro de 2015

Cheiros para desembrulhar


As primeiras prendas de natal vêm com o bom gosto e o cheiro da Saponina!

terça-feira, 1 de dezembro de 2015


 Dei por mim a ser a bibliotecária de serviço lá no museu. Receber livros novos, poder lê-los (mesmo que seja em diagonal) é um privilégio. Mas as bibliotecas, como os arquivos, são sítios de arrumação – locais onde tudo tem um lugar próprio e exacto, onde não pode haver dúvidas. Tudo certo, claro. Não fosse o problema de ter um espírito pouco dado a normas e muito dado a dúvidas. Este livro do García Lorca, por exemplo, deu-me voltas à cabeça e ficou à espera durante muito tempo. Ele podia ser catalogado em todas as categorias, mas também não cabia em nenhuma. Ou seja, catalogar García Lorca, embora necessário, parecia diminui-lo, apequená-lo e seria até injusto. Óbvio que tive de o fazer, como o fizeram inúmeros bibliotecários e livreiros antes de mim. Teriam também eles dúvidas? Para me redimir deixo-vos este retrato de olhos doces que é a capa da edição da Assírio & Alvim e isto: “Chegado este momento, vemos os amantes a abraçarem-se nas ondas.” Federico García Lorca

segunda-feira, 30 de novembro de 2015

do verbo "aborrecer"

Sim. É o tempo outra vez. Só não sei se é o tempo repetido ou só a falta tempo. A última vez que escrevi ainda era verão e ainda podia vestir vestidos às flores. Tudo mudou desde daí, excepto o cd que continua a ser o mesmo no carro. No outono nada me anima, a não ser talvez abrir um romã e olhar espantada a sua cor. Procuro na estante um livro de poesia que não encontro e que portanto não me salvará da monotonia quotidiana. Pilhas de coisas para arrumar. Os desenhos do miúdo que continuam aqui numa pasta, à espera de um post. Fiz uma viagem e ouvi falar outras línguas. Lembrei-me do Budapeste do Chico Buarque - é um livro tão bonito quanto o autor. O rapaz cresce e tem personalidade e exigências - e eu não quero passar o tempo todo em disputas de poder. Aborreço-me, desinteresso-me. A vida não é sempre solar.

domingo, 20 de setembro de 2015

Um livro e uma banda sonora.

Parece que algo caracteriza 2015. Uma ida a Mértola e à feira islâmica, o concerto no Largo do Intendente dedicado ao poeta rei Al-Mu'tamid, que acabou por se tornar a banda sonora inúmeras vezes repetida, a que se juntou o livro dedicado ao mesmo.
Falta-me uma ida a Silves e a Sevilha, que ficarão para outro tempos. Outra vida tivesse e iria aprender árabe.

"Ao recolher-me na escrita, consigo, por vezes, na diversidade das circunstâncias, distinguir uma figura que se assemelha à natureza da pessoa que terei sido. Mas, mal tento chegar mais perto, pareço um viajante a observar uma terra estranha."
Ana Cristina Silva, Crónica do Rei-Poeta Al-Mu'tamid

sexta-feira, 18 de setembro de 2015

Vontade de dançar e de sorrir

"Why can't you take the leaf off your mouth? Now that you have the facts on your side Take a moment to reflect who we are Let reason guide you, See old tracks lead you out from the dark Have a life its life, work makes up you and I What it takes this right, when we need to survive Yeah we flourish and die, what it means to be alive What it means to be alive" José Gonzalez

segunda-feira, 7 de setembro de 2015

Uma prenda para a mãe

Durante muitas noites fizemos teatrinhos de sombra. Utilizávamos as marionetas ou as mãos para fazer silhuetas que projectávamos nas paredes com a ajuda do candeeiro da mesa de cabeceira. Era uma brincadeira antes de dormir que o M. gostava muito, mas que já não fazemos há muito tempo.
Agora, depois de ter estado uma semana com os meus sogros, preparou-me esta maravilhosa surpresa. É o mais bonito teatro de sombras que já vi, claro. 
E, sobretudo, fiquei contente com a iniciativa e empenho.