domingo, 10 de julho de 2011




Enquanto ele dormia lá deu para transplantar os cactos (agora é "catos", não é?) que tinha trazido do Alentejo há 3 semanas... Ainda tenho outros quantos de molho porque quero fazer uma coisa diferente. Não sou especialista em jardins de miniatura mas gostava.
Este globo, tenho-o há anos. Devo lembrar que uma grande percetentagem da família trabalha na área farmacêutica e portanto, tive a sorte de receber este globo que, por ter uma pequena falha, já não era útil em laboratório. É um dos meus objectos favoritos. Teve, durante muito tempo, uma planta que se chamava (acho) "Chuva de Prata" e que ficou tão grande que saiu para fora do globo. Depois pouca coisa aí viveu. Há meses plantei uma avenca, mas morreu.
Espero que os cactos sobrevivam porque, como são diferentes, criam um jardim mais bonito.
Microcosmos precisam-se. Balões de oxigénio também.

quinta-feira, 23 de junho de 2011

Cesário


O meu avô sentava-se ali, na penumbra da cozinha, a descascar lentamente uma maçã com a sua faca para além de gasta. Brilhavam-se-lhe os olhos sempre que nos via, a mim ou a um dos meus irmãos. Chamava a meu irmão "sacanita" quando ele era mais pequeno.
Depois do almoço, o ti Chico Varinha - que tinha asma - passava à porta e gritava: "eh, lavrador!" e o meu avô saia para irem tomar café.
O meu avô tinha todo o tempo do mundo e comportava-se como tal. Deixava queimar as torradas, o que enervava profundamente a minha avó. Sentava-se no banco do jardim de Sacavém enquanto nós corríamos e tinhamos tempo de fazer parvoíces. Apanha p a c i e n t e m e n t e formigas com o meu irmão mais novo. Dormitava sentado no sofá com a cara tapada com um lenço. Apanhava as molas de roupa que achava no chão - e por isso eu herdei um cesto tão colorido. Coleccionava "baraços" que um dia iriam ser necessários.
Um noite, depois de fazer café de cevada na "escolateira" azul não se chegou a deitar. O café ficou lá, um dia, uma semana. Depois a minha avó deitou-o fora.
Um dia, muitos dias, anos depois, quando a casa entrou na escuridão, fui lá buscar a chocolateira que o meu avô utilizava. Agora passo por ela todos os dias - e alegra-me que sirva de suporte a uma vida. Todos os dias, até ao fim dos meus dias, o meu avô Cesário há-de estar vivo.
(vou procurar uma fotografia dele)

domingo, 5 de junho de 2011

Fomos passear



e gostámos muito do barquito

Mãe

Mãe é isto
virar a cabeça para onde quer ele esteja
chegar tarde
chegar tarde
e dar banho e comida
e o ivo a fazer o jantar
jantar
vir com o piolho para a sala
ler livros, identificar macacos, bananas, girafas
É perguntarem-me pelo doutoramento e eu achar que isso é doutra galáxia, não da minha
é responder mil vezes que não vou fazer douturamento, não agora
É pensar no blogue todos os dias (neste e no Mercado) e não conseguir escrever nada
Não conseguir vir aqui
Querer escrever sobre Walden
ou discordar do Mário Cordeiro que diz "se não os frustarmos vão ficar detestáveis"
Ser mãe é ter saudades quando ele está a dormir, mesmo que seja só há uma hora (como agora)

sábado, 9 de abril de 2011

Contapetes



Depois de uma semana e meia fechado em casa por causa de um bicho chamado varicela, fomos ver os Contapetes para bebés ao Maria Matos. O Manel, como sempre, fica muito concentrado a olhar e não é muito de se intrometer mas, no fim, revisitámos todos os tapetes e ainda trouxemos dois livros para nos lembrarmos das histórias em casa.
A repetir...

segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Jardim de vão de escada




salva, cebolinho, salsa, coentros, hortelã e flores ainda do mês em que o Manuel nasceu.

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Nós e o Babyoga

Primeiro pensei escrever um mail à Ana. Depois achei que há agradecimentos que devem ser públicos e partilhados.
Começámos - eu e o Manuel - a ir às aulas de babyoga em Dezembro de 2009. Lembro-me perfeitamente da primeira aula, ele ainda tão pequenino e eu um pouco ansiosa com o que iria acontecer... Fizemos os primeiros exercícios e depois o bicharoco quis maminha...
Voltámos em Janeiro e tornámo-nos assíduos nas aulas de Terça-feira nos Kuantos Meses (mais tarde passámos para as Mamãs e Companhia *). É claro que tudo isto incluiu um trabalho de pesquisa prévio sobre o que é o Babyoga e todas as vantagens que tem para os bebés. Eu estava interessada que o Manuel conhecesse melhor o seu corpo e tomasse consciência de si. Ao princípio não chegávamos a fazer a aula completa, mas os 20 ou 30 minutos mais activos eram momentos hiper divertidos e de uma profunda partilha entre mim e o Manuel.
Percebi aos poucos que o que está envolvido no conceito de Babyoga é muito mais do que é descrito "oficialmente" e é claro que a minha experiência, será sempre a minha experiência... Enquanto ainda estava de licença de maternidade estas aulas eram verdaeiras bolhas de oxigénio colocadas ao meio da semana: encontrava outras mamãs e partilhava com elas dúvidas, alegrias, modos de estar. Depois da aula havia sempre momentos de conversa com a Ana. Foi ela que me apresentou o livro do Carlos Gonzaléz, Bésame Mucho (de que já aqui falei e que mudou a minha vida), assim como Suave Primeiro Ano... Também com a Ana e com os exercícios de Babyoga aprendi brincadeiras que divertem imenso o Manuel, como o "pé à lua" ou "o panda rebola" - e que constantemente repetimos. Aprendi a respeitar profundamente o meu bebé como pessoa: não o forçar a fazer exercícios que ele não gosta (como as posturas invertidas), mas também não o obrigar - no dia a dia - a fazer algo que o possa assustar ou para o qual ele não parece minimanente interessado. Reforcei a minha posição em relação á importância da amamentação (o Manuel tem 16 meses e ainda mama) e até foi a Ana que me disse que quem amamenta para lá do 1º ano tem direito a continuar com horário reduzido!
Acho que estas aulas - para além para além dos benefícios referidos - fizeram bem à minha alma de mãe e estou convencida que mudaram profundamente a forma como eu encaro a educação do Manuel: passei a perceber que a palavra "educação" significa "partilha mútua" e que mãe e filho crescem de forma paralela. Por isso, agradeço à Ana do fundo do coração (e obviamente com um lagrimita ao canto do olho).
Post Scriptum:
Foi também a Ana que nos apresentou a Reflexologia Podal Infantil, que tem ajudado muito nos - felizmente raros - momentos em que o Manuel está mais adoentado ou com dores de dentes. Uma ferramenta indispensável para mães e pais.
* Devo também aqui referir que foi nas Mamãs e Companhia que fiz o Curso de preparação para o parto com a Isabel Ramos de Almeida, que foi sempre fantástica e deixar um agradecimento à Anabela, que recebe bebés e mamãs sempre com um sorriso carinhoso.