quarta-feira, 20 de novembro de 2013

Da liberdade

Primeiro era só uma pequena irritação. Sempre que o temóvel se desligava, voltava à data de 1 de Janeiro de 2005 e muitas das mensagens recebidas durante essa altura perdiam-se. Andava já com 8 mensagens não lidas que estavam algures não sei bem onde e a vodafone pedia-me um valor absurdo para uma actualização de software que nunca fiz.

Depois, na passada sexta-feira, o temóvel desligou-se e nunca mais o consegui ligar. Tudo indicava ser a bateria, mas não se comprovou (também só tinha 4 anos) e até agora não sei o que aconteceu. O que sei é que me aborrece imenso tratar destas coisas e por isso fui deixando passar o tempo. (Na verdade é o meu pai que, cheio de boa vontade, anda a tentar resolver a situação)

São 5 dias sem telemóvel, não é nenhum drama nem nenhuma eternidade... Mas confesso que me irrita esta mania de ter de estar sempre ligada, sempre contactável e que me sinto mais livre assim. Claro que também me sinto mais insegura, sei que se me acontecer alguma coisa no trânsito não posso ligar a ninguém, ou que se não puder ir buscar o Manuel à última da hora não posso fazer nenhum telefonema SOS.

Devo dizer que não me imagino a viver sem telemóvel durante muito tempo (suponho que, principalmente, devido à minha condição de mãe), mas a experiência tem sido melhor do que pensava e, para além disso,não me apetece gastar nem mais um cêntimo com estas companhias de telecomunicações que dominam o mercado sem ter a mínima preocupação com o apoio ao cliente!

Uma última reflexão me assalta (e me assusta) nos últimos dias: a segurança é um antónimo de liberdade? É que parece que sim...

 

P.S. - Não me liguem, não vale mesmo a pena!

segunda-feira, 18 de novembro de 2013

domingo, 17 de novembro de 2013

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[Domingo à noite]

Inveja da liberdade com que os outros escrevem.

Tarefas chatas versus embalagens bonitas

Vida de mãe que inevitavelmente também lava roupa à mão.

 

quarta-feira, 23 de outubro de 2013

Prémière

A cidade a preto e branco só será apresentada amanhã, juntamente com uma pequena história quase quase improvisada. Vocês são os primeiríssimos a vê-la. Foi feita em duas metades da minha hora de almoço e numa noite em que o Manuel andava entretido a brincar com a prima.
Mas tudo isto não teria sido possível sem a ajuda do melhor MELHOR site da net: MR PRINTABLES!
Divirtam-se, que nós também! (Apesar do nervoso miúdinho)

 

quarta-feira, 16 de outubro de 2013

As paixões dele

Fomos ver o Kirikou à festa do cinema francês e ficámos fãs! É um filme que apetece ver e rever vezes sem conta e o Manuel anda sempre a trautear as canções. Se estivéssemos cá este fim de semana, para além do festival Big Bang (até já tínhamos bilhetes) se calhar ainda íamos ver o Kirikou 2,mas não vai dar.

Para além disso, parece-me que o fantasma do Mozart veio viver cá para casa:

1- Ouvimos a criatura a toda a hora

2- "Mãe, quando for grande vou chamar-me Amadeus"

3 - Quer ir buscar o músico, "lá ao sítio onde ele está morto" (cheira-me a crime)

4 - Anda muito descontente porque os amigos não sabem quem é o Papageno

( JURO que não tenho nada a ver com isto)

terça-feira, 17 de setembro de 2013

Meia hora a sós com um Rothko


O Brian Cohen escreveu um artigo sobre a maneira correcta de visitar um museu (existe mesmo uma?)  e eu fartei-me de rir porque, na prática, poderia ter sido eu a escrevê-lo, ora vejam lá:

"To get the most out of your museumgoing experience, I recommend the following:

1. Avoid docents. If a docent enters a room, leave immediately (...).

2. Get out of sync with people with the big headphones; they move at a predetermined and predictable pace, and only when the recording tells them to. (...)

3. Establish and protect your space in front of a painting* for as long as you'd like. Don't let anyone get between you and the art. (...)
* Sculpture is what you bump into when you back up to see a painting -- Barnett Newman

4. Avoid the guards or pretend they're not looking at you. (...) If an alarm goes off, act like it wasn't you.

5. Go to empty rooms. Seek out at the "minor" arts like drawing and printmaking, or non-European/American art (no one will be there).

6. Don't look at everything on view; not everything is equally worthy of your attention, nor do you have the stamina to see it all. (...) Pace yourself; sit down when you can, and leave the museum before you're exhausted.

7. Avoid peak hours, blockbuster shows, and popular masterpieces. You can claim to have seen the Mona Lisa without having looked at it; no one will know. Go when conditions are more favorable.

8. Go alone and don't interact with anyone. Surround yourself in an aura of invisibility and inviolability. You are there not for an interpersonal but for an inner experience.

9. Act like you own the art. It should be yours; it's not your fault you're not rich."

Brian D. Cohen, "How to Visit a Museum" (vale a pena ler, é super cómico!)

Devo ser sincera: sou museóloga e trabalho na área de comunicação de um museu, passo o dia numa série de tarefas que têm como objectivo,embora não único, trazer mais público ao museu (esta ditadura dos números tem muito que se lhe diga) e fico contente quando isso acontece.
Mas quando sou eu do outro lado, tudo muda! Eu gosto de museus pequenos, quase vazios, silenciosos... Eu acho que a arte também é uma espécie de religião e para visitar um museu, a minha palavra privilegiada é contemplação...
A última vez que estive no Louvre odiei, foi a pior experiência da minha vida como visitante de museus... Em frente à Mona Lisa havia uma fila, ninguém podia parar, as pessoas empurravam-se e os guardas enxotavam-nas, parecíamos gado. Fugi para as salas de cerâmica medieval onde não estava ninguém, que maravilha! Fui ver umas salas de pintura que estavam vazias e descobri, por acaso, este auto-retrato do Dürer (que adoro).


É bom termos gente nos nossos museus, claro, mas a qualidade da experiência, o tempo que aqui passam e, sobretudo, se ficam ou não com vontade de voltar também conta...
E, quanto a mim, deixem-me estar meia hora a sós com um Rothko que, como diz o Brian Cohen, eu não tenho culpa de não ser rica...

(sim, as personagens femininas dos romances da Ana Teresa Pereira, lembram-se?)