[ao jantar]
- Mãe, o que é que nos acontece depois de morrermos?
- Não sei, filho… Transformamos-nos noutra coisa. Somos
feitos de matéria e essa matéria transforma-se noutra coisa: uma árvore, um
pássaro ou, se calhar, um peixinho.
- Tens mesmo a certeza?
- Não. Ninguém sabe bem o que acontece depois.
[depois do jantar]
- Mãe, como é que os passarinhos sabem qual é a sua mãe?
- Então, porque é a mãe que toma conta deles. Como é que tu
sabes que eu sou tua mãe? Porque desde bebé eu tomo conta de ti, não é? Com os
passarinhos é o mesmo.
- Quando eu for passarinho podes ficar ao pé de mim, no
ninho?
- Sim, filho, claro!
- Então, eu vou estar no ramo daquela oliveira mais alta,
está bem?
(Nunca ninguém tinha combinado comigo um encontro na outra
reencarnação! Mas os laços kármicos devem mesmo ser muito fortes!)
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