sexta-feira, 3 de outubro de 2008

For reasons of safety, we ask the public not to run or obstruct the runners.


ou:
"O Corpo no Museu"
ou:
"da velocidade na obra de arte"

O corpo foi uma das temáticas mais tratadas na arte do século XX. Não sabemos se voltará a sê-lo neste século.
Este trabalho de Martin Creed relembra essa tematização sobre o corpo, mas é mais do que isso. É sobre o corpo, sobre o museu, sobre o turismo e sobre a percepção.
Quantos corpos há num museu? Os corpos das obras, os corpos nas obras, os corpos dos visitantes, os corpos dos vigilantes, dos monitores, dos conservadores... Como se movimentam e o que fazem? O que é que isso implica na forma como nos relacionamos com as obras.
Aqui, a relação entre obra de arte e visitante inverte-se: agora é a obra que se movimenta, é ela que tem ritmo, que corre, que desaparece.
Longe do museu como local de contemplação da arte "maior", Creed tematiza uma espécie de "bulimia" museal: ver sempre, não importa como, nem a que velocidade.

"In Palermo we went to see the catacombs of the Capuchin monks. We were very late and only had five minutes to see it all before closing time. To do it we had to run. I remember running at top speed with my friends through the catacombs looking desperately left and right at all of the dead people hanging on the walls in their best clothes, trying our best to see it all... it was a good way to see it. It was that kind of delirious running which makes you laugh uncontrollably when you're doing it. I think it's good to see museums at high speed. It leaves time for other things."

Martin Creed, para ver na Tate Britain até 16 de Novembro (ou aqui*)

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