O Centro Cultural de Belém tem um novo espaço dedicado a exposições: a garagem sul. Não é, como o nome indica, um espaço pensado para ser museu - a presença desse uso como garagem não passa despercebida, mas a iniciativa é de louvar porque já não era sem tempo que a arquitectura ganha um local onde se possa expor em Portugal.
Mas, como está patente nos tentos do próprio comissário (Luís Santiago Baptista), o arquivo não é totalmente estranho a áreas próximas das da museologia, nomeadamente a da história das imagens.
O Atlas ARX convoca a ideia de atlas proposta por Aby Warburg, no início do século XX e desenvolvida depois por diversos pensadores e artistas.
"Por natureza, o atlas é uma figura da mediação, ou seja, uma estrutura de relações e conexões entre imagens, próximas ou distantes, activadas pela memória. Se, por um lado, joga com o estabelecido, garantindo a inteligibilidade, por outro, avança com cortes cirúrgicos na sua causalidade, libertando o imprevisível. Neste sentido, o atlas constrói identidades por acção de diferenças, instaura a familiaridade a partir da estranheza. Mais processo do que resultado, o atlas põe os conceitos em movimento, investigando potenciais latentes, explorando novas aberturas, traçando linhas de fuga." (Luís Santiago Baptista)
"Por natureza, o atlas é uma figura da mediação, ou seja, uma estrutura de relações e conexões entre imagens, próximas ou distantes, activadas pela memória. Se, por um lado, joga com o estabelecido, garantindo a inteligibilidade, por outro, avança com cortes cirúrgicos na sua causalidade, libertando o imprevisível. Neste sentido, o atlas constrói identidades por acção de diferenças, instaura a familiaridade a partir da estranheza. Mais processo do que resultado, o atlas põe os conceitos em movimento, investigando potenciais latentes, explorando novas aberturas, traçando linhas de fuga." (Luís Santiago Baptista)
Embora se trate de uma exposição mais direcionada para arquitectos (o público óbvio), a forma como todo o arquivo da ARX foi tratado vai muito para além do que seria uma mera exposição de maquetes, dando a conhecer o processo de trabalho do atelier, ao mesmo tempo que está sempre bem visível que se trata de expor material "arquivístico" que, por norma, não é para ser mostrado. Por isso é um exercício interessante tanto na área da curadoria como na de museologia, precisamente porque consegue fugir ao que estamos mais habituados a ver em exposições de arquitectura.
A visitar.
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