(este blogue está em diferido....)
Embora seja uma lisboeta com 36 anos de vida nesta cidade (excluindo um em que estive em Barcelona), quase posso dizer que este foi o primeiro Santo António, pelo menos no sentido canónico do mesmo, porque pela primeira vez fui ver a procissão dedicada ao santo. Não que seja católica, mas a verdade é que as procissões são uma forma de fé que me interessa, embora não saiba bem explicar porquê.. Quando era pequena ia com a minha avó Clotilde ver passar a procissão de Nossa Senhora da Saúde, em Sacavém e adorava: era ao mesmo tempo estranho e belo.
As procissões de velas ainda hoje me emocionam,são lindas e parecem pertencer a outro tempo, parece-me sempre haver ali algo de profundamente humano, uma coisa que nos liga a todos, quer se chame fé, espiritualidade ou talvez simplesmente esperança. Por isso, como lisboeta que sou, senti que era tempo de conhecer melhor a minha cidade e um dos santos mais importantes para ela (o padroeiro da cidade é São Vicente).
Quando era pequena, o Santo António era uma fogueira à porta da escola primária. No fim de uma descida alguém - nunca soube quem - fazia essa fogueira, havia tão poucos carros na altura... E então, todos os anos havia esse aperto na barriga, a dúvida, o perigo... "Salto ou não salto?" Todos os anos em que houve fogueira saltei, mas na realidade não me lembro de quando se deixou de fazer... Lembro, sim, desse sentimento de satisfação e orgulho depois de saltar a fogueira, era algo mágico que pensava sempre que só os maiores e mais corajosos conseguiam fazer....
O que gosto no Santo António e nas festas populares é esta capacidade de puderem ser comemoradas de tantas formas diferentes, por tanta gente diferente... Mas não posso negar que sinto uma certa nostalgia das fogueiras e do "tostãozinho para o Santo António".
Para o ano há mais!
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