O M. está no 1º ano de um escola pública. Tem, como a maioria dos seus colegas, 6 anos.
Entra às 9 da manhã e devia sair às 17h30. Não sai às 17h30. Sai sempre depois das 18h40, que é quando eu chego à escola. Normalemnte está rabujento porque raramente come o lanche da tarde como deve ser.
Sejamos claros: o meu filho, a esta hora, está extenuado, enervado, com os níveis de acúcar em baixo e parece uma pequena fera. Eu compreendo. Canso-me, mas compreendo!
Às segundas, quartas, quintas e sextas a criança traz trabalhos de casa. Amaldiçou a professora. São coisas pequenas, mas são trabalhos. São obrigações a que ele tem de responder e a que eu tenho de juntar a uma parafernália de obrigações domésticas.
A esta hora, antes de ser mãe, sentava-me no sofá 10 minutos ou meia hora. Agora já não posso e não me queixo, mas acho sinceramente que o míudo devia ter esse direito. O direito a procrastinar, a parvejar, a rabujar, a ver tablet. Não tem. A sério que amaldiçou a professora (no outro dia ela mandou fazer os números de 1 a 20, cada um deles numa linha e até ao fim. Não vejo utilidade nenhuma nisto!)
Aos fins-de-semana, os trabalhos são maiores. Os dele e os meus. E eu não consigo... Distraío-me com a roupa para dobrar ou tenho ataques de nervos com a desarrumação da casa...
Apetece-me fugir e foi o que fiz, com ele atrás, mesmo depois de ter resmungado que queria ir para um museu e não para um jardim.
Levámos a bola e a manta do pic nic e também levámos os restos dos TPC, que o pai já tinha feito com ele o resto. Foi melhor assim,
Devia ter mais coragem na fuga. Devia escrever à professora a dizer que o meu filho não faz mais trabalhos de casa. É uma violência para toda a família!
E sinto que a nossa liberdade acaba cedo, demasiado cedo para que possamos ser livres o resto da nossa vida.