Este Verão fiz uma recensão crítica sobre um texto de Hopper-Greenhill que trata a questão dos museus e dos seus visitantes. A certa altura ela diz que as pessoas não vão a museus por se sentirem vigiadas, nomeadamente pela presença dos guardas, mas também através das câmaras de segurança aí colocadas. Ela aproxima portanto o museu às estruturas de poder e vigilância que Foucault trata em “Vigiar e Punir”:
Seria interessante procurar e recolher em literatura não específica, referências à instituição “museu” e, ao voltar a Don Delilo (“Os Nomes”), cruzei-me com isto:
“ – Não consegue arranjar ninguém em Atenas?
“ – Fui adquirindo um ar preocupado. As mulheres julgam que quero levá-las aos museus.
“ – Não gosto de museus. Os homens seguem-me sempre nos museus. O que se passa nesses lugares? De cada vez que me volto há uma pessoa a observar-me.”
(Don Delilo, Os Nomes, Público/colecção Mil Folhas, 2004, pág.157)
"Do not ask me who I am and do not ask me to remain the same: leave it to our bureaucrats and our police to see that our papers are in order. At least spare us their morality when we write." Michel Foucault
quinta-feira, 30 de agosto de 2007
quarta-feira, 29 de agosto de 2007
Apa linpingupuapagempem dospos pêspes
Apaprenpendipi espestapa linpinguapagempem quanpandopo ainpidapa eperapa cripianpançapa. Conponsispistepe empem copolopocarpar, empem frenpentepe depe capadapa sípilapabapa, upumapa repetipiçãopão dapa mespesmapa maspas ipinipiciapada porpo umpum pêpê. Nunpuncapa maispais mepe lempembreipei, atépé quepe lipi Donpon Depelipilopo, empem “Os Nomes” (Ospos nopomespes). Nespestepe lipivropo o fipilhopo dapa perpesonapagempem prinpincipipalpal, compom sepetepe apanospos fapalapa a linpingupuagempem dospos pêspes.
Trapatanpandopo-sepe depe umpum lipivropo sopobrepe apa linpingupuapagempem epi ospos vápáripiospos tipipospos depe alpafapabepetopo, nãopão deipeixapa depe serper cupuripiosopo epi dápá ipimenpensapa vonpontapadepe depe repetirpir apa propoepezapa! Épé supuperper dipiverpertipidopo! Apafipinalpal depe conpontaspas a linpingupuapagempem épé umpum jopogopo!
Tampambémpém apa repevispistapa “Cabinet” tempem umpum núpumeperopo depedipicapadopo apa linpingupuapagempens inpinvenpentapadaspas!
Quempem soupouberper maispais apavipisepe!
Trapatanpandopo-sepe depe umpum lipivropo sopobrepe apa linpingupuapagempem epi ospos vápáripiospos tipipospos depe alpafapabepetopo, nãopão deipeixapa depe serper cupuripiosopo epi dápá ipimenpensapa vonpontapadepe depe repetirpir apa propoepezapa! Épé supuperper dipiverpertipidopo! Apafipinalpal depe conpontaspas a linpingupuapagempem épé umpum jopogopo!
Tampambémpém apa repevispistapa “Cabinet” tempem umpum núpumeperopo depedipicapadopo apa linpingupuapagempens inpinvenpentapadaspas!
Quempem soupouberper maispais apavipisepe!
quinta-feira, 23 de agosto de 2007
Para quem me "ensinou" Ruy Belo pela voz do Luís Miguel Cintra
"Contigo aprendi coisas tão simples como
a forma de convívio com o meu cabelo ralo
e a diversa cor que há nos olhos das pessoas
Só tu me acompanhastes súbitos momentos
quando tudo ruía ao meu redor
e me sentia só e no cabo do mundo
Contigo fui cruel no dia a dia
mais que mulher tu és já a minha única viúva
Não posso dar-te mais do te dou
este molhado olhar de homem que morre
e se comove ao ver-te assim presente tão subitamente."
Ruy Belo, "Contigo aprendi coisas tão simples"
Para Mais poesias ver aqui.
a forma de convívio com o meu cabelo ralo
e a diversa cor que há nos olhos das pessoas
Só tu me acompanhastes súbitos momentos
quando tudo ruía ao meu redor
e me sentia só e no cabo do mundo
Contigo fui cruel no dia a dia
mais que mulher tu és já a minha única viúva
Não posso dar-te mais do te dou
este molhado olhar de homem que morre
e se comove ao ver-te assim presente tão subitamente."
Ruy Belo, "Contigo aprendi coisas tão simples"
Para Mais poesias ver aqui.
sexta-feira, 17 de agosto de 2007
A Primeira Raposa
Nas manhãs em que o céu cinzento (mesmo que seja de um cinzento muito claro) ameaça tornar-se mais carregado, não vou à praia. Prefiro outros caminhos, mais estreitos, mais escondidos e que nunca os meus pés pisaram antes. Ás vezes (demasiadas vezes, mesmo) não conhecemos a rua do lado, a esquina mais adiante ou o caminho menos habitual. Por isso, quando estou de férias (mesmo que seja num sítio para o qual vou habitualmente), gosto das manhãs cinzentas em que não vou para a praia.
Foi o que aconteceu desta vez, em que decidimos ir dar uma caminhada pelo percurso que desce da praia do Monte Velho, em Santo André, e se dirige para sul, sempre paralelamente à costa. Tem um caminho de terra batida e algumas placas do Instituto de Conservação da Natureza a indicarem o que podemos ver, como por exemplo: poço do Barbaroxa de Baixo, Duna Móvel ou outras indicações sobre a flora e a fauna locais.
Mas quanto a raposas, as placas não faziam referência. Por isso, foi um momento quase mágico quando o I. se virou para trás e a viu.
Como qualquer raposa ela não se fez anunciar, caminhava atrás de nós, meio escondida, em pezinhos de lã e com a necessária distância. Mesmo assim, foi simpática, deixou-se fotografar várias vezes e seguiu-nos durante algum tempo. E era mesmo bonita!
Fiquei muito feliz com esta minha primeira raposa, ou não me chamasse eu Marta!
Praias desertas
Já há muito que não vou às praias de Lisboa. Primeiro o trânsito, depois a praia cheia, os miúdos do lado com as músicas do telemóvel, a mulher a ralhar com os filhos, as colónias de férias, os cães dos outros… Não. Desculpem lá, mas já não consigo.
Espero o ano inteiro pela boa semana a que tenho direito e, graças a algumas boas almas a quem desde já agradeço, consigo ter algum descanso numa praia em que, pelo menos, dez metros me separam do próximo chapéu-de-sol!
E, se não for preguiçosa, ainda tenho direito a uma praia deserta. Como esta em que tomei banho!
(Sim, é em Portugal, mas eu não digo onde!)
Espero o ano inteiro pela boa semana a que tenho direito e, graças a algumas boas almas a quem desde já agradeço, consigo ter algum descanso numa praia em que, pelo menos, dez metros me separam do próximo chapéu-de-sol!
E, se não for preguiçosa, ainda tenho direito a uma praia deserta. Como esta em que tomei banho!
(Sim, é em Portugal, mas eu não digo onde!)
domingo, 5 de agosto de 2007
A Curiosidade
O texto de Foucault (e a revista Cabinet) fizeram que me voltasse a debruçar sobre a curiosidade. Pode ser a curiosidade o início do conhecimento? Se não existir vontade de perguntar, poderá haver vontade de responder, de encontrar?
Podemos descobrir se existe um ponto em que colocamos perguntas, ou temos dúvidas? Como se pudesse haver uma fronteira que separasse o local onde tudo está tranquilo, daquele em que começamos a perguntar, e as águas se começam a agitar. Do ponto de vista da educação em museus, penso que este conceito deve ser o mote de partida: ensinar a curiosidade! Poder, por exemplo, fazer uma visita em que os participantes encontrassem perguntas em vez de respostas. Às vezes parece que essa capacidade é a que mais falta, como se todo o mundo fosse um dado adquirido, um terreno já conhecido e o nosso cérebro tivesse perdido a capacidade de desenhar pontos de interrogação.
Terá mesmo perdido?
Quanto a mim, que vou de férias, prometo voltar a este assunto.
Procuram-se perguntas!
Podemos descobrir se existe um ponto em que colocamos perguntas, ou temos dúvidas? Como se pudesse haver uma fronteira que separasse o local onde tudo está tranquilo, daquele em que começamos a perguntar, e as águas se começam a agitar. Do ponto de vista da educação em museus, penso que este conceito deve ser o mote de partida: ensinar a curiosidade! Poder, por exemplo, fazer uma visita em que os participantes encontrassem perguntas em vez de respostas. Às vezes parece que essa capacidade é a que mais falta, como se todo o mundo fosse um dado adquirido, um terreno já conhecido e o nosso cérebro tivesse perdido a capacidade de desenhar pontos de interrogação.
Terá mesmo perdido?
Quanto a mim, que vou de férias, prometo voltar a este assunto.
Procuram-se perguntas!
A curiosidade, segundo Foucault
“ A curiosidade é um novo vício que foi estigmatizado pelo cristianismo, pela filosofia e até por uma certa concepção de ciência. Curiosidade, futilidade. A palavra, no entanto, agrada-me. Sugere-me algo completamente diferente: evoca “preocupação”; evoca o interesse que cada um tem pelo que existe e pode existir; uma disponibilidade para encontrar o estranho e o singular naquilo que nos rodeia; uma certa teimosia para quebrar o que nos é familiar e para olhar de outra forma as mesmas coisas; um fervor de captar o que acontece e o que passa; uma negligência em relação à hierarquia tradicional do importante e do essencial. Sonho com uma nova era da curiosidade. Temos os meios técnicos para isso: o desejo está lá; as coisas por conhecer são infinitas, as pessoas que se podem dedicar a esta tarefa existem. Porque sofremos? Por muito pouco: canais demasiado estreitos, acanhados, quase monopolistas, insuficientes. Não faz sentido adoptar uma atitude proteccionista, impedir a “má” informação de invadir e sufocar a “boa”. Em vez disso temos que multiplicar os caminhos e as possibilidades de idas e vindas.”
Excerto de uma entrevista de Michel Foucault, publicado na revista Cabinet
Excerto de uma entrevista de Michel Foucault, publicado na revista Cabinet
quinta-feira, 2 de agosto de 2007
Richard Serra
Até 10 de Setembro está patente no MoMA de N.Y. uma exposição retrospectiva do artista Richard Serra. Para quem não consegue lá ir, como eu, vale a pena visitar o site que apresenta a mostra.
Os trabalhos de Serra - esculturas de grandes dimensões em aço - dificilmente podem ser "visitadas" a não ser in loco, mas aqui conseguimos ter uma quase perfeita percepção das obras. Vale a pena perder algum tempo com os vídeos, perceber o tamanho das esculturas, as cores, os percursos... e também um bocadinho do céu de Nova Iorque!!!
E já agora - porque também gosto das fotografias dos artistas - ver (e ouvir) o próprio Serra!
Para quando sites de museus e de exposições assim em Portugal?
A minha lista de desejos
Há um item no blog que se chama "lista de desejos". Podemos adicionar ao nosso perfil uma dessas listas, onde colocamos o que mais gostaríamos de ter. Pois bem, tentei fazer a minha lista de desejos e não consegui! O link vai ter a uma loja on-line que não vende o que mais quero ter. Deve haver outra maneira de fazer a tal lista mas por falta de tempo (ou de jeito) não consegui nada a não ser através da tal loja.
Vejamos: comecei por procurar por "ervas aromáticas" porque gostava de ter um jardim de ervas aromáticas (mesmo que fosse em vasos) com alecrim, salsa, coentros, etc. Mas só me apareceram frascos com comprimidos lá dentro! Que desilusão! Depois procurei por bungavília e nada apareceu, palavra não é conhecida e a planta muito menos.
Dos meus desejos, estes eram os únicos que poderia "materializar" em imagens e mesmo assim não consegui! Imaginem os outros!
Parece que a felicidade não está no espaço virtual.
Vejamos: comecei por procurar por "ervas aromáticas" porque gostava de ter um jardim de ervas aromáticas (mesmo que fosse em vasos) com alecrim, salsa, coentros, etc. Mas só me apareceram frascos com comprimidos lá dentro! Que desilusão! Depois procurei por bungavília e nada apareceu, palavra não é conhecida e a planta muito menos.
Dos meus desejos, estes eram os únicos que poderia "materializar" em imagens e mesmo assim não consegui! Imaginem os outros!
Parece que a felicidade não está no espaço virtual.
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