Este Verão fiz uma recensão crítica sobre um texto de Hopper-Greenhill que trata a questão dos museus e dos seus visitantes. A certa altura ela diz que as pessoas não vão a museus por se sentirem vigiadas, nomeadamente pela presença dos guardas, mas também através das câmaras de segurança aí colocadas. Ela aproxima portanto o museu às estruturas de poder e vigilância que Foucault trata em “Vigiar e Punir”:
Seria interessante procurar e recolher em literatura não específica, referências à instituição “museu” e, ao voltar a Don Delilo (“Os Nomes”), cruzei-me com isto:
“ – Não consegue arranjar ninguém em Atenas?
“ – Fui adquirindo um ar preocupado. As mulheres julgam que quero levá-las aos museus.
“ – Não gosto de museus. Os homens seguem-me sempre nos museus. O que se passa nesses lugares? De cada vez que me volto há uma pessoa a observar-me.”
(Don Delilo, Os Nomes, Público/colecção Mil Folhas, 2004, pág.157)
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