"Do not ask me who I am and do not ask me to remain the same: leave it to our bureaucrats and our police to see that our papers are in order. At least spare us their morality when we write." Michel Foucault
domingo, 28 de dezembro de 2008
segunda-feira, 22 de dezembro de 2008
Afinal, é sobre isto...
Michelangelo Merisi da Caravagio (Italia 1571-1610)
Natividade com São Francisco e São Lourenço, 1609
Óleo sobre tela (268x197 cm)
Paradeiro desconhecido
Eu só queria desejar um feliz natal. Só que queria dizer que, afinal o natal é uma festa sobre o nascimento, não de alguém em particular mas de todos e cada um de nós. Eu queria dizer que gosto de imagens da Natividade. Por deformação académica eu queria desejar um feliz natal com uma obra de arte. E encontrei um Caravaggio que pelos vistos anda desaparecido:
" Roma El Comando de Carabineros para la Tutela de Patrimonio Cultural de Italia sigue el rastro de una larga lista de importantes obras robadas, pero diez de estas piezas que un día desaparecieron sin dejar rastro quitan aún el sueño a los agentes y a los amantes del arte.
Encabeza dicha lista la “Natividad” de Michelangelo Merisi, conocido como “Caravaggio”, que fue sustraída la noche del 17 de octubre en 1969 en el oratorio de San Lorenzo, en Palermo (Sicilia), y cuyo valor es incalculable.
Un miembro arrepentido de Cosa Nostra, la mafia siciliana, Francesco Marino Mannoia, explicó durante un juicio en 1996 cómo se había robado el cuadro: arrancándolo del marco con una hoja de afeitar, lo que le había causado serios daños.
“Cuando el comprador lo vio se echó a llorar y decidimos destruirlo porque era invendible”, reconoció entonces Mannoia.
Sin embargo, las esperanzas de encontrar esta obra resurgieron cuando el despiadado miembro de Cosa Nostra Giovanni Brusca intentó, aunque sin éxito, negociar un mejor trato carcelario a cambio de información sobre el paradero del cuadro.
Salvatore Cangemi, también de la mafia, aseguró durante otro proceso que el lienzo no se ha destruido y que se expone durante las reuniones de Cosa Nostra como “símbolo de su poder” .
“El hecho de que muchas de estas obras hayan desaparecido hace tantos años no nos desalienta y continuaremos buscándolas siempre”, explicó Raffaele Mancini, responsable del Comando de Carabineros para la Tutela de Patrimonio Cultural."
(aqui)
O meu Natal tem pedidos a mais... O vosso também?
domingo, 14 de dezembro de 2008
sábado, 13 de dezembro de 2008
A felicidade pega-se
Factores a favor: dois irmãos a viver perto e o André a viver debaixo do mesmo tecto.
Felizmente o meu mau humor no trabalho não se pega a ninguém (fico mais descansada!)
"Le bonheur se propage comme la grippe : entre amis, voisins et membres d'une même famille, mais pas entre collègues de travail, révèle une étude publiée dans le British Medical Journal. L'un de vos amis qui habite près de chez vous nage en plein bonheur ? Vos chances d'être heureux sont accrues de 25 %. Même topo entre voisins (34 %), frères et sœurs vivant dans un rayon de 1,6 km (14 %), et conjoints demeurant sous le même toit (8 % – sic). Ces effets décroissent avec le temps et la distance, indiquent le Pr Nicholas Christakis de la Harvard Medical School et le Pr James Fowler de l'Université de Californie à San Diego, qui ont suivi plus de 4 700 personnes pendant vingt ans. Bref, le bonheur, ça s'attrape, mais pas au bureau."
Lido e copiado daqui.
Coisas que quero
sábado, 29 de novembro de 2008
Blogar, chatar e ouvir publicidade ao mm tempo.
deixe a sua marca nos cozinhados, não nas mãos
porque nós merecemos um computador ruca!!
uau! muitos corações derretidos que se desfazem na boca
e também estamos aqui para ajudar no seu mundo
aquece mais depressa e ainda poupa energia
pois, isso também eu queria: ser o pai natal!
Ivo: vida de rainha
me: nunca me me passou pela cabeça ser uma rainha
Ivo: se as nossas vacas falassem
me: mas um bom leitinho...
a origem determina tudo porque rir é o melhor remédio
está nas suas mãos fazer bem mais por si, tu sabes! Apenas 109 euros!
(este não, também há que fazer alguma selecção)
proteger. instintos de todas as mães, para começar bem a vida
segunda-feira, 24 de novembro de 2008
A obra de arte como nuvem
“The historician is, in every sense of the word, only the fictor, which is to say the modeler, the artisan, the author, the inventor of whatever past he offers us. And when it is in the element of art that he thus develops his search for lost time, the historian no longer even finds himself facing a circumscribed object, but rather something like a liquid or gas expansion – a cloud that changes shape constantly as it passes overhead. What can we know about a cloud, save by guessing, and without ever grasping it completely?”
in Confronting Images: Questioning the Ends of a Certain History of Art, by Georges Didi-Huberman
Para ver no Museu do Chiado
Western Union: Small Boats de Isaac Julien.
... e parabéns ao museu: finalmente um site, com um design apetecível e informações actualizadas (que muita falta fazem para a tese da rapariga!)
domingo, 16 de novembro de 2008
sexta-feira, 14 de novembro de 2008
Lugares vazios
Oito cadeiras.
Melhor: seis cadeiras e dois sófas.
Oito assentos.
Assento: 1. lugar em que alguém se senta; 2. Apoio, base.
Oito assentos vazios onde alguém se senta. Onde alguém se sentava. Onde alguém se sentará.
A minha avó diz:
- Já são mais as cadeiras que os velhos. Os velhos foram morrendo e as cadeiras ficando.
Os objectos sobrevivem à nossa ausência. Esse é o seu segredo e a nossa angústia. Nós (e os velhos) morremos.
Morrer: 1. Passar do estado vivo para o estado morto, falecer; 2. Cansar-se demasiadamente até à exaustão; 3. Parar de funcionar.
Os assentos lá estão, à entrada da aldeia onde os velhos, provavelmente cansados demasiadamente até à exaustão (de quê?) se (as)sentavam.
A minha avó, a outra, dizia-me:
- Assenta-te aí!
Assentar: 1. pôr sentado; 2. registar; 3. escrever.
É isso que faço, avó: ponho-me aqui sentada, registo, escrevo.
- Pranta-te queda. (quando era mais pequena, prantava-me queda)
Os velhos, com pronuncia alentejana, não falam. Não estão lá, por isso não podem falar. Um escritor dar-lhes-ia voz. Eu não.
Oito assentos vazios para oito personagens inexistentes, que deus (Deus?) dá nozes a quem não tem dentes. E eu não tenho dentes dedos que escrevam.
E os assentos o que diriam? Uma discussão sobre mobiliário urbano? Sobre mobiliário rural? Sobre mobiliário de interior urbano-rural? Boa ideia! Que ricos assentos que deveriam existir por aí, não fossemos nós cansarmo-nos demasiadamente até à exaustão.
Quando voltei, a minha avó ao telefone:
- Olha lá, sempre foste tirar a fotografia?
- Sim, porquê?
- É que aqui na aldeia falaram com o teu avó. Já estavam todos preocupados a pensarem que era da Câmara.
- Não, era eu! Diz lá que podem estar descansados.
(E se eu fosse da Câmara, mandava pôr mais assentos. Reciclados, de preferência, que já vêm com história e talvez um dia um escritor passe por eles e acabe com as ausências dos velhos.)
domingo, 2 de novembro de 2008
Encontrar Cortázar
Na Sexta, ao fim do dia, fui à fnac à espera de encontrar um livro que me salvasse do tédio. A procura foi árdua. Não é fácil...
Encontrei (o verbo que mais gosto!):
- uma agenda para o ano que achei parecida comigo (a capa é a imagem de cima)
- um livro sobre a minha profissão: "Apresentar a Arte: estudo sobre monitores de visitas a exposições" (edição do OAC)
e:
Um LIVRO, um livro mesmo a sério, que andava para ler desde Barcelona (há oito anos, portanto), mesmo que fosse em castelhano. A sorte nunca me fez cruzar com ele em nenhuma livraria e agora, 45 anos depois, foi finalmente traduzido para português!!
Chama-se RAYUELA, é do Julio Cortázar e tem a capa igual à edição que o meu amigo Rui anda a ler em BCN (se não fosse ele, se calhar nunca tinha conhecido este livro, por isso: Obrigada!).
Às vezes, encontramos...
"Um mundo satisfatório para pessoas razoáveis.
Mas será que vai restar alguém, algum homem, que não seja razoável?
Num canto qualquer, um vestígio do reino esquecido. Numa morte violenta, que castigue o infractor por se ter recordado do reino. Numa gargalhada, numa lágrima, a sobrevivência do reino. No fundo, não parece provável que o homem acabe por matar o homem. Vai-lhe escapar, vai apoderar-se dos comandos da máquina electrónica, do foguetão espacial, fintar tudo isso e depois que o apanhe quem puder. Pode matar-se tudo, menos a nostalgia do reino. Levamo-la na cor dos olhos, em cada amor, em tudo o que nos atormenta profundamente, em tudo o que nos empurra, em tudo o que nos engana. Wishful thinking, talvez, mas essa podia ser outra definição do bípede implume."
Julio Cortázar, O Jogo do Mundo (Rayuela)
... só agora reparei no verbo com que "começa" o livro (quer dizer, uma das hipóteses de começar): "Encontraria a Maga?"
(e quando cheguei a casa esperava-me uma prenda: O Arquipélago da Insónia, do António Lobo Antunes. Obrigada André.)
sexta-feira, 24 de outubro de 2008
O escritor (preferido?)
domingo, 19 de outubro de 2008
Do Outro Lado
É bom ter um cinema perto de casa. Aliás, é bom ter um cinema Medeia perto de casa. No meu caso é o Fonte Nova, que ainda por cima é calminho e nunca tem muita confusão (apesar de alguns casais na casa dos 40 que vão fazendo uns oportunos comentários ao longo do filme, do estilo: "Oh, coitado!" ou "Agora é que eles se encontram."...).
É bom poder sair em 5 minutos para ver um filme que vale realmente a pena. Neste caso foi "Do Outro Lado", um filme de Fatih Akin, numa produção alemã e turca que bem espelha o que o filme trata. (O próprio Akin é alemão/turco, ou turco/alemão, conforme o ponto de vista.)
Mas, como há quem escreva sobre cinema muito melhor do que eu o faria, aqui fica:
"(...) a essência de "Do Outro Lado" está muito menos nas nacionalidades do que nas universalidades: mais do que questionar posições ou atitudes, Akin conta uma história, ou antes, três histórias que se reflectem e se iluminam mutuamente sem nunca se cruzarem realmente para além da mera coincidência. O filme começa-se a ganhar aí, nessa aparente submissão à mecânica do filme-mosaico para logo seguir a desarmar com uma elegância extraórdinária que, ao mesmo tempo, evita olhar para os lugares comuns da mesma maneira: estes três pares de pais e filhos , mães e filhas, não se cruzam apenas porque seria conveniente à estrutura narrativa, e podem gravitar naturalmente em direcção uns aos outros, mas nunca passam de cometas em órbita fugaz que usam essa gravidade para reembalarem no seu trajecto.
"Depois, "Do Outro Lado" torna-se uma peculiar abordagem do velho "conflito de gerações" que estão mais próximas umas das outras do que pensam, gente que compreende à custa da sua própria experiência o que "ser filho/a de" ou "ser pai/mãe de" quer dizer, gente que se chega perigosamente perto do fim de tudo e aí encontra a energia para recomeçar." Jorge Mourinha, Y, 10,Out.,2008
sexta-feira, 17 de outubro de 2008
quarta-feira, 15 de outubro de 2008
Dear Rothko
Este é o centésimo post deste blogue. Demorei algum tempo a começar a escrevê-lo porque o centésimo post é uma coisa importante - e as coisas importantes paralisam-me. Penso muitas vezes porque é que comecei isto e porque é que o alimento (a ele, ao blogue). Não deve ser por necessidade. Deve ser por divertimento. Ou uma espécie de divertimento. Uma coisa parecida com divertimento, mas para a qual não existe palavra. Tipo: um suave e calmo divertimento. Talvez...
Escrever é um risco. Até que ponto posso e quero expôr-me? Quantas mensagens tenho em rascunho dentro de mim mesma? Às vezes são tão rascunhadas, que nem sei! Coisas incertas, incompletas, coisas que não são definitivas... Coisas ao contrário. Como os míudos que vestem a camisola do avesso:
- És tão despassarado! Andas sempre nas nuvens!
Eu também sou despassarada. Pelo menos a minha tia, a Dolores, dizia-me:
- Marta, és tão despassarada!
Mas eu gosto. Só ainda não descobri se ando sempre nas nuvens ou se sou feita de nuvens. Se calhar as duas coisas. (também gosto disso, do "se calhar").
Bem: pés na terra, que este post é sobre outra coisa!
Este post é sobre uma coisa ao contrário. Essa coisa ao contrário é a que está na fotografia.
Narro:
Este Verão fui a Londres. Pela primeira vez, que não sou cosmopolita (o Alentejo vive em mim, ou a nostalgia dele) nem viajada. E sobretudo - para ser sincera e não romântica - ando sempre tesa (i.e., com falta de dinheiro). Bem: Londres. Para alguém de História da Arte que está a fazer um mestrado sobre museus de arte contemporânea (sim, sou eu) Londres é a Tate Modern. Para alguém que ama Rothko (porque ele também era feito de nuvens), a Tate Modern é uma sala específica. Podemos passar anos a sonhar com uma coisa: uns sonham com o dia do casamento, outros com o dia do divórcio ou com o dia em que o filho nasce, blablabla. Mas existem uns quantos loucos (embora eu não conheça nenhum, eheh) que passam anos a sonhar com o dia em que chegam à sala de um museu. E eu cheguei lá, à sala. De facto posso confirmar que a sala existe. Mas, naquele momento, tudo para mim existiu ao contrário. Ainda não acredito que isto me aconteceu: a sala estava lá, os quadros estavem lá... Mas, qual amante magoado e vingativo, tudo de costas viradas para mim! My dear Rothko... E lá se foi uma oportunidade de êxtase, de lágrima no olho, de contemplação profunda. Tudo o que consegui ver foram as costas do meu amante. (felizmente, o meu legítimo consolou-me dizendo que muito pouca gente teria oportunidade de ver aquelas costas!)
Mas para quem ama, as costas não chegam! Aqueles quadros, feitos da mesma matéria que eu, aqueles quadros que já fazem parte do meu corpo, renegaram-me. Rejeitaram-me. Desprezaram-me. Há muito tempo tempo que isto não me acontecia... E, no entanto, continuam colados a mim.
A vida, às vezes, é ao contrário.
PS - A Tate tem agora (e até 26 de Fevereiro) uma exposição histórica sobre Rothko, que reúne pela primeira vez quadros que nunca puderam ser vistos juntos. Alguém me quer dar uma prenda de anos? Aliás: Uma prenda 2em1 Natal+Anos?
domingo, 5 de outubro de 2008
sexta-feira, 3 de outubro de 2008
At By For Into Around the House
Uma exposição comissariada pelo rapaz cá da casa (não só mas também).
A imagem é da obra do Rui Mourão (uma das que mais gostei).
O blog é este:http://intothehouse.blogspot.com/
O catálogo está aqui*
Para ver até 19 de Outubro no Pavilhão 28 do Hospital Júlio de Matos.
Comissários: Ivo André Braz e Israel Guarda
For reasons of safety, we ask the public not to run or obstruct the runners.
ou:
"O Corpo no Museu"
ou:
"da velocidade na obra de arte"
O corpo foi uma das temáticas mais tratadas na arte do século XX. Não sabemos se voltará a sê-lo neste século.
Este trabalho de Martin Creed relembra essa tematização sobre o corpo, mas é mais do que isso. É sobre o corpo, sobre o museu, sobre o turismo e sobre a percepção.
Quantos corpos há num museu? Os corpos das obras, os corpos nas obras, os corpos dos visitantes, os corpos dos vigilantes, dos monitores, dos conservadores... Como se movimentam e o que fazem? O que é que isso implica na forma como nos relacionamos com as obras.
Aqui, a relação entre obra de arte e visitante inverte-se: agora é a obra que se movimenta, é ela que tem ritmo, que corre, que desaparece.
Longe do museu como local de contemplação da arte "maior", Creed tematiza uma espécie de "bulimia" museal: ver sempre, não importa como, nem a que velocidade.
"In Palermo we went to see the catacombs of the Capuchin monks. We were very late and only had five minutes to see it all before closing time. To do it we had to run. I remember running at top speed with my friends through the catacombs looking desperately left and right at all of the dead people hanging on the walls in their best clothes, trying our best to see it all... it was a good way to see it. It was that kind of delirious running which makes you laugh uncontrollably when you're doing it. I think it's good to see museums at high speed. It leaves time for other things."
Martin Creed, para ver na Tate Britain até 16 de Novembro (ou aqui*)
Fechado
sábado, 6 de setembro de 2008
Breve trecho para uma coisa que não sei o que é
- O quê?
- Não me serve. Este dia. Esta história.
- Desculpa?
- Estou a dizer que não me serve!
- Não entendo.
- Pois, não admira. Não entendes...
- Queres que invente outra coisa?
- Inventar? Essas coisas não se inventam.
- Não sabes. Há muita gente que vive só no papel.
- Sei. São mais reais que eu, essas tuas personagens.
- Tu também inventas ficções.
- Mas são sobre museus. Ninguém se apaixona por um museu!
- Não estou apaixonado.
- Pois. Eu sei.
Eles são assim...
Parece que vivem numa terra de fadas, por mais kitsch que isso seja. Fazem-me ter vontade de ir viver para uma terra onde jamais suportaria o frio e falar uma língua da qual não sei uma única palavra! Já gosto deles há muito tempo mas ainda desconfio da sua real existência. Ninguém faz músicas assim. Nem vídeos assim. Só os Sigur Rós.
(As imagens são stills de um vídeo que foi censurado em algumas televisões por causa da nudez. Há cérebros que não aguentam! Há cabeças onde nem tudo cabe! Pode ser visto aqui*))
sábado, 30 de agosto de 2008
Este blog...
Entretanto, lista para Setembro:
- fiz um calendário para trabalhar 100 horas na tese e acabar o primeiro capítulo,
- a minha mãe vai para a Índia e volta só no finzinho do mês,
- tenho de resolver o problema das portas cá de casa (os puxadores estão estragados),
- tenho de pendurar os posters de Macau daquela maneira que vi na Tate Britain (e que dispensa moldura),
- o museu onde trabalho está em obras e só abre dia 27 (estou ansiosa e o trabalho parece sempre muito),
- apaixonei-me e vou juntar dinheiro para comprar isto (aceitam-se donativos),
- vou tentar encontrar as coisas antigas que tenho da Ana Ventura, do tempo em que ela ainda não era tão conhecida.
Não devo ficar com muito tempo para actualização de posts...
quinta-feira, 21 de agosto de 2008
Das ist Olafur Eliasson
... na Ellipse Foundation.
(ou sobre a generosidade)
Também com uma exposição no MoMA (aqui*), cujo tema principal, segundo o próprio artista, pode ser encarado como a generosidade: a generosidade de devolver o tempo ao espectador. Refletindo sobre a história dos museus (sim, ela existe!), Eliasson considera que existe um paradoxo: anteriormente os museus coleccionavam objectos da realidade, posicionando-os fora desse mundo onde eram produzidos, agora devem posionar-se dentro do mundo e do tempo contemporâneo mesmo que tenham colecções históricas (é verdade, mas sabemos como isso é tão difícil).
Em "Taking your Time", "it´s not about the museum but about the spectator (...)the museum gives the time back to the spectator."
E mais:
"How can we take part of the art in a way that is both responsible but also has an impact on the world?"
"I would like to make sense of the word by sensing the world"
"We should not be afraid of doing something beautiful."
"A museum, or an exhibition in the museum is a laboratory. One can say it's a different type of studio."
É por isso que eu gosto dele.
segunda-feira, 18 de agosto de 2008
Cupidos de Cranach
Cranach é um dos pintores favoritos. Tudo nele é estranho, divertido e ao mesmo tempo sensual! E os cupidos, "roubados" na Gemäldegalerie,quando estive em Berlim, são muito (muito) bons.
domingo, 17 de agosto de 2008
"House of Cards" Radiohead
I just want to be your lover
No matter how it ends
No matter how it starts
Forget about your house of cards
And I'll deal mine
Forget about your house of cards
And I'll deal mine
Fall off the table,
Get swept under
Denial, denial
The infrastructure will collapse
Voltage spikes
Throw your keys in the bowl
Kiss your husband goodnight
Forget about your house of cards
And I'll deal mine
Forget about your house of cards
And I'll deal mine
Fall off the table,
And get swept under
Denial, denial
Denial, denial
Your ears should be burning
Denial, denial
Your ears should be burning
Denial, denial
Outras ficções
"Outras ficções" é o nome da exposição que está no Museu do Chiado. No Museu Nacional de Arte Contemporânea, aliás. Mais uma vez propõem-se cruzamentos e encontros de obras de períodos diferentes na procura de novas leituras interpretativas para cada uma das peças expostas.
As minhas preferidas:
- Ângela Ferreira e Alexandre Estrela (no núcleo "O Lugar")
- João Tabarra (em "Rebaixamento)
- Pedro Paiva e João Maria Gusmão (em "Acontecimento")
A que ficou melhor na fotografia:
- Júlia Ventura (Papel de Parede e Geometrical reconstruction and figure with roses, no núcleo "Reversibilidade")
sábado, 16 de agosto de 2008
Em repeat
Kings of Convenience - Misread
If you wanna be my friend
You want us to get along
Please do not expect me to
Wrap it up and keep it there
The observation I am doing could
Easily be understood
As cynical demeanour
But one of us misread...
And what do you know
It happened again
A friend is not a means
You utilize to get somewhere
Somehow I didn't notice
friendship is an end
What do you know
It happened again
How come no-one told me
All throughout history
The loneliest people
Were the ones who always spoke the truth
The ones who made a difference
By withstanding the indifference
I guess it's up to me now
Should I take that risk or just smile?
What do you know
It happened again
What do you know
quinta-feira, 14 de agosto de 2008
Sir Soane´s Museum
Este museu fica em Londres e é especial. Pouco conhecido e menos frequentado pelos turistas, é uma verdadeira surpresa. Por isso escrevo sobre ele. Passo a vida a visitar museus e, às tantas, já todos me parecem iguais. Já todos me parecem "não- lugares", para usar a expressão de Marc Augé. As questões da conservação e mesmo a mania de querer "modernizar" a todo o custo leva a que os museus se assemelhem demasiado uns aos outros .Até mesmo as casas históricas chegam a perder a "patine" do tempo, que na verdade é o que as torna especiais.
Mas o Soane's Museum é uma excepção à regra. Em 1833, quatro anos antes de morrer, este arquitecto inglês deixou ao Estado a sua colecção para que fosse aberta ao público, na condição de que fosse mantida "as nearly as possible in the state in which he shall leave it".
Em 1913 mudou para o número 13 da Lincoln's Inn Fields, que reconstruiu como habitação mas também como museu onde "dispôs a sua colecção para educar e inspirar amadores e estudantes de pintura, arquitectura e escultura". Nessa altura já eram admitidos visitantes no museu desde que não estivesse um tempo húmido!
Em 1995, depois de uma intervenção que demorou cinco anos, o museu foi reaberto ao público. Não existiram tentativas de reformular a exposição da colecção, tal como tinha sido pedido por Soane e se compararmos as aguarelas da época com o espaço que nos é apresentado confirmamos que tudo permanece no sítio. Não há sequer legendas nas salas, apenas discretos textos sobre a sala em que nos encontramos em cima das mesas. No entanto, há funcionários sempre prontos a darem explicações. O gabinete de pinturas é, tal como o nome indica,uma sala repleta de pinturas de alto a baixo e os painéis podem ser abertos, escondendo por trás novas pinturas ou mesmo maquetes de edifícios! No "Dome" (na fotografia) Soane dispôs os bustos clássicos, urnas funerárias e fragmentos de aqruitectura e escultura provavelmente inspirado pelas gravuras de ruínas romanas de Piranesi.
Vale mesmo a pena ir lá ou visitar aqui.
(imagens e citações retiradas de "Sir John Soane's Museum. A short description.")
domingo, 10 de agosto de 2008
terça-feira, 29 de julho de 2008
Uma sopa para os meus sentimentos estéticos.
O título da obra é roubado a Alberto Carneiro: "Uma linha para os teus sentimentos estéticos" está em exposição no Museu do Chiado e vale a pena ir lá (vale sempre a pena e é mais que nossa obrigação ir visitar museus cá dentro - e não só lá fora).
Bem, quanto à sopa, tirei a receita daqui*. Podem repetir, é tão boa quanto parece!
(e nunca pensei que desse para fazer publicidade a um museu!)
My favorite place...
Foi uma das boas coisas coisas da licenciatura. É das melhores coisas do mestrado. Não fosse o ar condicionado estar um pouco para o alto, a biblioteca da Gulbenkian era o paraíso de qualquer historiador de arte - coisa que ainda não consegui ser, por isso, emendo: A BIBLIOTECA DA GULBENKIAN É O PARAÍSO PARA QUALQUER ASPIRANTE A HISTORIADOR DE ARTE! Principalmente nesta altura do ano em que só tem 4 gatos pingados que passam o Verão a fazer teses de mestrado ou doutoramento!!
(Quem faz serviço educativo, às vezes tem vontade de estar a sós com alguns bons livros!)
There is no right or wrong way to visit a museum
Aqui está o velho dilema que Serota também aponta: experiência ou interpretação? Experiência, claro. Mas pergunto: é possível que a experiência seja também uma forma de interpretação?
“There is no right or wrong way to visit a museum. The most important rule you should keep in mind as you go through the front door is to follow your own instincts. Be prepared to find what excites you, to enjoy what delights your heart and mind, perhaps to have esthetic experiences you will never forget. You have a feast in store for you and you should make the most of it. Stay as long or as short a time as you will, but do your best at all times to let the work of art speak directly to you with a minimum of interference or distraction.” (David Finn, How to visit a Museum, New York, Abrams, 1985)
... e a fotografia, de uma exposição no MoMA em 1939, retirada de: STANISZEWSKI, Mary Anne, The Power of Display, A History of Exhibition Installations at the Museum of Modern Art, The Mit Press, Cambridge, Mass.; London, England, 1998
sábado, 26 de julho de 2008
Águas de Março
A stick, a stone, it's the end of the road
É um resto de toco, it's a little alone
It's a sliver of glass, it's life, it's the sun
It is night, it is dealth, it's a trap it's a gun
É peroba no campo, é um nó na madeira
Cangá, candeia, é Matita Pereira
É madeira de vento, tombo na ribanceira
É um mistério profundo, é um queria ou não queira
É um vento ventando, é o fim da ladeira
É a vida, é o vão, festa da cumeeira
É a chuva chovendo, é conversa ribeira
Das águas de março, é o fim da canseira
The foot, the ground, the flesh and the bone
Passarinho na mão, pedra de atiradeira
É uma ave no céu, é uma ave no chão
É o regato, é uma fonte, é um pedaço de pão
É o fundo do poço, é o fim do caminho
No rosto o desgosto, é um pouco sozinho
A spear, a spike, a point, a nail
A drip, a drop, the end of the tale
É um peixe, é um gesto, é uma prata brilhando
É a luz da manhã, é o tijolo chegando
A mile, o dia, a thrust, a bump
It's a girl, it's a rhyme, it's a cold, it's a cold, it's the mumps
É o projeto da casa, é o corpo na cama
É o carro enguiçado, é a lama, é a lama
A drift, ponte, flight, rã, resto, quail
The promise of spring
And the river bank talks (São as águas de março)
Of the waters of march, (Fechando o verão)
It's the promise of life (É promessa de vida,)
It's the joy in your heart (No meu coração)
A stick, a stone,
It's the end of the road
É um resto de toco,
é um pouco sozinho
It's a sliver of glass,
It’s a life, it's the sun,
É a noite, é a morte,
é o laço, é o anzol
It’s the plan of the house,
It’s the body in bed,
It’s the car that got stuck,
It's the mud, it's the mud
É o projeto da casa,
é o corpo na cama
É o carro enguiçado,
é a lama, é a lama
São as águas de março fechando o verão
É a promessa de vida no meu coração
quinta-feira, 24 de julho de 2008
O Azul faz anos hoje
... mesmo hoje, que ainda faltam 5 minutos para acabar o dia 24! Ia-me esquecendo e até já tinha desligado o jorginho (nome do Toshiba). Mas enfim... 1 ano e oitenta mensagens. Como não ando muito inspirada com as palavras (já devem ter notado), ficam para outra altura posts sobre o blog ou sobre a razão da sua existência. Por agora ficam algumas fotografias de azuis cá por casa.
terça-feira, 22 de julho de 2008
domingo, 20 de julho de 2008
quarta-feira, 16 de julho de 2008
Much of our experience can only be brought home through mediation
"It often feels as if we can no longer experience anything if we don't first alienate it. In fact, alienation may now be a necessary preface to experience. Anything to close to us bears the label "Objectify and Re-ingest." This mode of handling experience - especially art experience - is inescapably modern. But while its pathos is obvious, it is not all negative. As a mode of experience it can be called degenerate, but it is no more so than our "space" is degenerated. It is simply the result of certain necessities pressed upon us. Much of our experience can only be brought home through mediation. The vernacular example is a snapshot. You can only see what a good time you had from summer snapshots. Experience can then be adjusted to certain norms of "having a good time". These Kodacrome icons are use to convince friends you did have a good time - if they believe it, you believe it. Everyone wants to have photographs not only to prove but to invent their experience. The constellation of narcissism, insecurity, and pathos is so influential I suppose none of us is quite free ot it."
Brian O'Doherty, Inside the White Cube, p.54
sábado, 28 de junho de 2008
terça-feira, 24 de junho de 2008
O meu irmão deu-me isto
Obrigada mano! É muito bonita. Descobri que o original é do Tom Waits (tb podes ver no YouTube). O homem que aparece (careca e com óculos) é o Salman Rushdie (escritor). Aí vai a letra (não sei quem escreveu). Bjs
Scarlett Johansson - Falling Down
I have come 500 miles
Just to see a halo
Come from St. Petersburg
Scarlett and me
Well I open my eyes
I was blind as can be
When you give a man luck
He must fall in the sea
And she wants you
To steal and get caught
For she loves you
For all that you are not
When you're
Falling down, falling down
When you're falling down
Falling down, falling down
You forget all the roses
Don't come around on Sunday
She's not gonna choose you
For standing so tall
Go on and take a swig
Of that poison and like it
And don't ask
For silverware
Don't ask for nothing
Go on and put your ear
To the ground
You know you will be
Hearing that sound
Falling down
You're falling down
Falling down, falling down
Falling down, falling down
When you're falling down
Falling down, falling down
Go on down and see
That wrecking ball
Come swinging on along
Everyone knew
That hotel was a goner
They broke all the windows
They took all the door knobs
And they hauled it away
In a couple of days
Now someone yell timber
And take off your hat
It's a lot smaller down
Here on the ground
You're falling down
Falling down, falling down
Falling down, falling down
Falling down
Someone's falling down
Falling down, falling down
Falling down, falling down
Falling down
segunda-feira, 23 de junho de 2008
As cores do dia
Diário em três dias...
Sábado
Dei a volta à casa toda, com a ajuda do menino, claro. Custa, mas é assim. Afinal de contas é a minha/nossa casa. É a minha/nossa vida.
Domingo
Refiz o plano da tese, que já estava desactualizado e a Professora achou por bem refazê-lo. Já lho enviei e ela deverá lê-lo proximamente. (Está um plano muito exagerado, alguns capítulos terão de ir à vida.)
Comi os melhores caracóis do mundo, que são feito pelo Manel, que por acaso (salvo seja, que não foi nada por acaso!) é meu pai!!! Obrigada! Comi 4 pratos!
Hoje
Más notícias pela manhã: não valia a pena ir ao Museu buscar o material das exposições. Havia problemas a nível informático.
Fui almoçar com a mãe. O bacalhau com broa estava bom.
Meti-me num Centro Comercial - teve mesmo que ser - e passado meia hora já estava a bufar.
Comprei:
- uns ténis (para Londres). Os últimos que tinha comprado eram uns All Star pretos, há 15 anos (ainda os uso!)
- limões
- pimenta preta para pôr no moínho
- duas taças amarelo torrado
- alhos que vêem naqueles sacos de rede roxos, que acho sempre bonitos (mas acabo por deitar fora)
- uma t-shirt cor-de-rosa forte (será magenta?)
Cheguei a casa. Felizmente no mail tinha material sobre algumas exposições. Consegui reconstituir "Meio Século de Arte Portuguesa. 1944-2004". Fiquei contente. Já agora, o blog do Museu: http://mnac-mchiado.blogspot.com. Com o site em remodelação, já fazia falta.
Fiz o jantar: bifes com atum. Agora vou beber um chá e ver se ainda apanho um bocadinho do Weeds.
P.S.(R.) - A esta etiqueta dei o nome de "Dias Úteis" por causa da canção do Sérgio Godinho, que podem ouvir aqui.)
domingo, 22 de junho de 2008
em repeat (muito)
The National - Mistaken For Strangers
You have to do it running but you do everything that they ask you to
cause you don’t mind seeing yourself in a picture
as long as you look faraway, as long as you look removed
showered and blue-blazered, fill yourself with quarters
showered and blue-blazered, fill yourself with quarters
You get mistaken for strangers by your own friends
when you pass them at night under the silvery, silvery citibank lights
arm in arm in arm and eyes and eyes glazing under
oh you wouldn’t want an angel watching over
surprise, surprise they wouldn’t wannna watch
another uninnocent, elegant fall into the unmagnificent lives of adults
Make up something to believe in your heart of hearts
so you have something to wear on your sleeve of sleeves
so you swear you just saw a feathery woman
carry a blindfolded man through the trees
showered and blue-blazered, fill yourself with quarters
showered and blue-blazered, fill yourself with quarters
You get mistaken for strangers by your own friends
when you pass them at night under the silvery, silvery citibank lights
arm in arm in arm and eyes and eyes glazing under
oh you wouldn’t want an angel watching over
surprise, surprise they wouldn’t wannna watch
another uninnocent, elegant fall into the unmagnificent lives of adults
You get mistaken for strangers by your own friends
when you pass them at night under the silvery, silvery citibank lights
arm in arm in arm and eyes and eyes glazing under
oh you wouldn’t want an angel watching over
surprise, surprise they wouldn’t wannna watch
another uninnocent, elegant fall into the unmagnificent lives of adults
terça-feira, 17 de junho de 2008
Primos direitos
Com o humor e a criatividade do André:
- Who Killed the Blog
A música do Sensei D: aqui, no My Space.
sexta-feira, 13 de junho de 2008
Ontem à noite
Ontem à noite, mesmo ontem, compreendi que (Santo António à parte) talvez possa voltar a fazê-lo.
So: Thanks!
(e esta é a parte em que sorrio :)
terça-feira, 10 de junho de 2008
O esquema
Hoje, fiz o esquema da tese (aliás, da tese da tese) a partir de Christine Bernier, L'Art au Musée. De l'oeuvre à l'instituution.
"Voilà en quoi la saisie d'une "pensée" du musée reste indispensable: parce qu'elle dialectise l'opposition (maintenant banale) entre vision traditionnelle de l'art et vision novatrice de l'histoire des images, en apportant des réflexions subtiles et pragmatiques à des problèmes que la seule sphère intellectuelle n'arrive pas à solutionner de manière satisfaisante."
segunda-feira, 9 de junho de 2008
Hoje, tive saudades disto
Há-de flutuar uma cidade
há-de flutuar uma cidade no crepúscolo da vida
pensava eu... como seriam felizes as mulheres
à beira mar debruçadas para a luz caiada
remendando o pano das velas espiando o mar
e a longitude do amor embarcado
por vezes
uma gaivota pousava nas águas
outras era o sol que cegava
e um dardo de sangue alastrava pelo linho da noite
os dias lentíssimos... sem ninguém
e nunca me disseram o nome daquele oceano
esperei sentada à porta... dantes escrevia cartas
punha-me a olhar a risca de mar ao fundo da rua
assim envelheci... acreditando que algum homem ao passar
se espantasse com a minha solidão
(anos mais tarde, recordo agora, cresceu-me uma pérola no coração. mas estou só, muito só, não tenho a quem a deixar.)
um dia houve
que nunca mais avistei cidades crepusculares
e os barcos deixaram de fazer escala à minha porta
inclino-me de novo para o pano deste século
recomeço a bordar ou a dormir
tanto faz
sempre tive dúvidas que alguma vez me visite a felicidade
Al Berto